19/12/2013

Strong!



Como saber se ela está por perto?

Quando o sorriso se transforma em lágrimas,
Quando o corpo precisa de descanso o dia inteiro,
Quando as pernas não suportam o corpo,
Quando qualquer espelho é uma forma de lhe dizer que está errada
Quando respirar se torna uma ação consciente, que a cada suspiro, você pensa, apenas, em sobreviver.

   Eu simplesmente deveria parar de ouvir sua voz sussurrando ao meu ouvido, dizendo coisas horríveis sobre pessoas que me querem bem.
   Mesmo que você participou de uma grande parte da minha vida, em que eu me descobria e descobria o mundo, e a forma que eu o sentia. Fez com que eu me afastasse e afastasse pessoas da minha vida, fez com que eu ficasse paranoica com coisas naturais. Por tempos, levou minha felicidade, me deixava presa no mundo que criou para vivermos. Me trouxe falsas amigas, que tínhamos apenas você em comum. Em que, praticamente, dedicávamos nosso tempo, vida, à você. Onde lágrimas eram as companheiras das noites, e novas dietas eram as rotinas dos dias seguintes. Não ganhei nada em troca da doença que você me trouxe, fora as dores psicológicas de ter que conviver com um corpo que eu não sentia parte que era meu.
   Mas, num certo momento, comecei a caminhar sem você. Mesmo sendo difícil, e sua voz sussurrando na minha cabeça continuadamente, eu continuava sem te dar atenção. Matei todos meus amigos que te lembravam, abandonei toda a velha vida que eu levava, da qual você ''me ensinou''.
   Então, pude ver a vida de uma forma que nunca tinha visto. Meus medos estavam a ponto de sumirem totalmente. Medo das pessoas estranhas, medo de confiar nas pessoas que eu amo, medo do meu corpo, medo da minha personalidade. 
  Num descuido, aos poucos, você voltou. Foi impondo suas regras malditas, seus números, exatidões e perfeições. Retorcendo, novamente, minha forma de olhar o mundo, de senti-lo e de me sentir. Mas agora, eu não quero que você leve minha vida novamente, que mate minhas conquistas, meus sonhos, que tanto os desejo, mate minhas metas de vida. Não permito que me leve embora. Que me afaste ainda mais do mundo, mesmo que ele seja apenas uma passagem.       Dentro de anos, uma das coisas que mais desejo, é viver, saudavelmente. 
  Daqui pra frente, eu não cairei mais como caía antigamente. Tenho cicatrizes suficientes pra lembrar do quão penoso foi o caminho. E não pretendo afastar as pessoas que estão ao meu lado, por causa de uma doença estúpida. 
  Não apague minhas memórias de felicidade do dia. Não apague minhas sensações e sentimentos.

11/12/2013



Chega de chorar, vamos dançar.


Eu queria que ela saísse de mim
Saísse com tudo.
Deixasse vazio,
Frio e mais solitário.

Tão fragilizada,
E o que mais?

Mais nada
Mais tudo.
Tudo e nada está em jogo. Não preciso de mais nada. Desaparecer com o que me for possível. Sumir, ser de fato, o silêncio, mesmo que agora poucos podem me ouvir. Lágrimas são cometas nos meus óculos, deixando seu rasto de fumaça ou de água na lente. Minha mente não pode ficar parada, transcreve pouco o que passa. O grito. O corte. O sangue. A dor inexistente de mim. Móveis destruídos, cabeça em outra dimensão. A implosão para não causar mais destruição.

Sangue
Dor
Silêncio
Destruição.

Mudanças doem. Resultados vêm rápidos quando as mudanças são feitas nos prazos determinados. E talvez a minha eu não perceba o quão rápido veio e pede para eu continuar...

Me deixa, abandona. Esquece. Vai embora. 
Incoerente.
Um mundo completamente diferente
Inexistente de mim.

Diálogos e linguagem desconhecidas.
Indiferente.

Imobilidade, olhar retorcido.
Extremidades gélidas
Intocáveis.
Voz trêmula
Incerta.

Ninguém me prenderá novamente.
Nem mesmo minha doente mente.



09/12/2013

Exótico
Estético
Ético

Erótico
Poético
Cético

Histérico
Maníaco
Milésimo

Eufórico
Proíbido
Hemisférico

Na melancolia precoce,
invariavelmente andava descabelado,
numa monotonia cinzenta do seu cotidiano.

Sucumbindo à própria maneira de se ver,
vestia-se limitadamente ao que seu corpo lhe permitia.

Mente e visão retorcida,
sentimentos em picos distintos.

A manutenção do silêncio
Constrangedor das personalidades em si.

A difamação da vida.

A decadência
da
felicidade.
    ''Acalma tua mente, e tua doença cessará. Porém, é difícil acalmar a mente com a própria mente abalada, assim como é difícil afastar a apreensão com a própria mente apreensiva. Em tais circunstâncias, entrega-te a Deus.''

04/12/2013

Comer e chorar
Medo e angústia.

- Desde quando voltou a ser fraca e desejar suas piores faces? Desde quando desistiu da felicidade genuína pra se trancafiar nos sótãos sujos do passado? Por que ainda permite que o passado sussurre durante a noite, enquanto o sono tarda em chegar e o calor a consumir o corpo? Desde quando parou de lutar arduamente para que as objetivos sejam alcançados, permitindo que viessem da forma ''natural'' indesejada? Desde quando abandonou as esperanças e a fé, os passos que lhe mantinham firme, mesmo sem saber, caminhava, feliz. E agora, quer regredir, quer se esconder, machucar tudo de novo. Cair, se espatifar. Deixar que o precipício silencie a voz...

  - Mas o precipício é a mudança, e eu ainda não posso segurar sua mão. Fique sentada um pouco mais...

  - Eu não quero mais amigos imaginários! >.<
  - Suas doenças!
  - Minhas...doenças.

  - ... se quiser ser silenciada, silencie-se para tudo o que te faz mal, tudo o que te puxa. Abandone e queime o passado uma vez por todas. Cicatrizes e sorrisos que um dia aconteceram, não voltam mais. O que você era, não pode mais ser. Mesmo que trilhe o mesmo caminhe, as pernas estão compridas, o corpo pesado, a mente diferente. Não será da mesma forma. Nada continua da mesma forma. O ciclo das mudanças. Esqueça quem fostes ou deixastes de ser. Esqueça os sonhos antigos, que não foram alcançados e não lhe pertencem mais. Não deixes que ninguém roube a felicidade, que mesmo que não foi alcançada sozinha, é sua, e de tanto tempo que desejara, ela está aqui. Não abra mão de coisas que irá se arrepender daqui pra frente. O arrependimento é resultado de quando se faz algo mesmo sabendo que é errado. Faça! Mude a perspectiva. Se se é capaz de ser tantos personagens, transforme-se quando cansar.

  - Eu já não me conheço, tudo parece uma mentira disfarçada de realidade. E nem conheço minhas características. Talvez o que eu penso que sou é apenas uma lembrança tardia do que restou de mim. Todos personagens em mim que contém características minhas foram se miscigenando com o exterior, e mal sinto quais me pertencem.

  - Nada te pertence. Tudo é apenas emprestado para viver.

  - Não quero falar mais nisso, estou ficando louca. Estou mais perdida do que quando cheguei. Estou com dúvidas, com medo, fraca.
  - Você sempre foge quando não entende, chora, quando não gosta. Já fostes uma mulher que podia suportar as coisas, e agora, retorna a ser feto.
  - Eu só queria que fosse embora, eu só queria que tudo ficasse bem novamente.
  - Está em suas mãos decidir e mudar definitivamente, ou mudar constantemente para que o ócio não lhe consuma e lhe traga essa loucura insana, que roube sua felicidade e sua força, os sonhos e a fé.
  - Não quero mais ser ajudada. Quero ir sozinha, sentir que posso tudo novamente.
  - Suas pernas estão bambas. Sua alimentação fraqueja e seu corpo respondo do jeito que pode. Você não pode ir sozinha. A liberdade não lhe pertence. Você é fraca.
  - Estou a ponto de lhe odiar novamente. Não sei porque você voltou. Você é minha fraqueza. Mal posso distinguir entre você e eu.
  - Não pode distinguir pois eu sou você. Sou suas mentiras, seus medos e todos seus universos paralelos.
  - Por favor, me deixe sozinha. Eu não quero isso novamente. Você é meu vício. Pare...

  - ... só volto quando você me alimenta, e sua cabeça está repleta de pensamentos que instigam minha fome. Obrigado.

  

03/12/2013

  Eu queria ter conhecido vocês melhor. Saber e entender as maneiras que vocês agem. Mas eu não me permitia e não lhes permitia. Era medo ou proteção. Fosse o que fosse, eu estava fechada hermeticamente. Fosse o que fosse eu não permitia entradas ou saída. Era o meu mundo, fechado pra todos - ou quase todos. Até que teu olhar me penetrou, nas mais profundas sombras, os mais monstruosos medos, os mais difíceis vícios. Tua voz me alcançou do lugar que nenhuma corda seria longa suficiente para me puxar. O que restava era apenas minhas piores características, era apenas o casulo, desmanchando, desfazendo, virando pó.
  Tua vida fez a minha alma renascer, e renascer a cada dia. 

27/11/2013

Somente teus olhos - por que eu não poderia salvá-los?
Apenas teus pensamentos - onde estavam?
Perdida nos olhos, cabelos e céu azul - eu não via nada mais.
E onde guardei os meus pensamentos?
Na amparação de lágrimas sem motivos?

Somente você - por quê eu não poderia salvá-lo?

azuuuul











22/11/2013

Logicamente, Demian

   Lembro-me a primeira que vi tua capa, não reluzia. Fosca pelo tempo e por semelhantes. Li teu nome, e deixei-o.
   Novamente me procuras, leio teu nome. Pulastes em mim, foi debaixo da minha camiseta. Te levei escondido de todos. Reli seis vezes cada palavra, e mais tantas outras vezes perdidamente. Foi meu bem, foi meu vício, meu amante, meu inimigo. Agora vive flutuante, nadando. Alimento-te.    Não da forma como gostaria de viver em mim. Mas deixo-te observar-me de longe e mal compreender minhas palavras e aflições.

21/11/2013



vi teus olhos brilhando na chuva 
teus pensamentos absortos
perdidos na indecisão dos meus sonhos 

ficaremos ou nos abandonaremos? 
não responda. 

encoste tua cabeça no meu peito 
descanse esta noite 
deixe que eu alivie tua realidade 
para que possas continuar sonhando por nós.

ficaremos ou nos abandonaremos? 
encoste
tua 
cabeça no meu
peito 

Descanse esta noite da realidade


13/11/2013

 
     Falta o frio, a organização, a paciência, a fome, a vela, o incenso, a solidão, o medo. Não passa de nostalgia.

12/11/2013

Onde tudo é normal. Onde eu não seja o centro das atenções, nem ninguém.
Onde não escutem minha voz,
Onde eu não deixo meus pensamentos me corroeram de raiva, nem que ela flua pelo meu sangue.
Onde haja frio, ou eu não sinta dor.
Onde essas palavras parem de fazer sentindo, se é que ainda faz algum. 

06/11/2013

     Caso a mediocridade lhe sirva, permaneça com suas doenças e o segundo plano. Continue com seu silêncio, seus medos, vontades, seus vícios e sua morte. Deixe que tudo te consuma, menos a felicidade. Deixe que tudo definhe seu organismo. Não viva. Apenas exista. Continue nessa imaginação tola, nessa história egoísta. Continue assim, morrendo a cada dia mais, sem ter esperança, sem ter felicidade genuína. Deixe que tudo morra. Morra contigo, para si mesma, não permita que se aproximem e que tenham pena.
    Se tudo isso lhe parecer muito estúpido e chulo, mude! Saia das cobertas, abra as cortinas, arrume tudo. Reviva e renasça em outro ser. Seja quem fores, mas seja necessária para si mesma. Mesmo que isso lhe custe tudo, mesmo que o tens hoje é nada. Então, vale a pena abrir do que (não) tem. Vale a pena ir sozinha, mesmo não estando. Vale a pena ter o controle da liberdade, mesmo não a tendo. Se está viva, é para ser feito algo. Aproveite as oportunidades, faça as coisas que lhe são encaminhadas, e a própria natureza se responsabilizará por lhe trazer a felicidade.
    Esqueça o futuro. Como esquecer de algo que não aconteceu? Pare de se martirizar pelas não ações, pelos sonhos longínquos e pela incapacidade atual. Mude, mesmo que aos poucos. Talvez um dia, tenha resultados. Mesmo que não os tenha da forma que desejas (são apenas seus desejos lhe consumindo as forças e os pensamentos) terá feito algo. Não observou a vida, diante dos óculos.
   Talvez, ela queira te observar. Pois ela é suficiente para si mesma. Porém você não tem nada a não ser ela. Não tem nada além da sua esperança. Apenas isso.

   - E como posso sobreviver, sendo que meus pensamentos me corroem, meus monstros me chamam e querer ser em mim?
   - Pare com essa tolice, você não é uma uma criança indefesa. Se você ceder à qualquer medo, será a mesma coisa de esquecer todas os renascimentos, de todas as lágrimas que caíram enquanto o tempo passava lentamente, e esperava que fosse natural cada ação. Suas cicatrizes ainda estão bem expostas pra lhe lembrar de tudo.
  - Eu quero que me proteja, eu quero teu colo, quero que me alimente, que me conte histórias para eu dormir em paz, quero teu abraço, que me protejas.
   - Egoísta. Enquanto não souber o valor disso tudo, te deixarei sozinha. Apenas quando aprender, eu ficarei. 

03/11/2013

Calculava por meios pragmáticos
Que eu me tornaria uma míope excêntrica
As lentes seriam suficientes.

Mas o tempo me levou
Apagou as cores
Me deixou cega

Eu caminhava apenas na lembrança das cores
Das imagens.
A imaginação era a única que me permitia sonhar
Que me fazia sonhar.

Se eu fosse depender da realidade que eu vivia
Teria abandonado meu sorriso e meus passos
Teria desistido de todas as cores que me rodeavam
Teria desistido de tudo o que eu aprendi.


01/11/2013

  ''Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém está me dando a mão. ''
Clarice Lispector 
Não é novidade a saudade, os sonhos, lágrimas, tardes tristes e quentes.
Uma boneca de cera.

Não é novidade que eu sinta falta, sinta medo, sinta insignificância.
Pois retomo meu lugar secundário,
De onde, não deveria ter saído
Enquanto não pudesse realmente voar.
Era só isso que eu queria
Era ter você aqui pra suportar o meu silêncio
Acabar com essa rotina, e,
De alguma forma, tentar te fazer feliz.

Te assumir de forma inteira.

Era só o meu orgulho querendo falar mais alto do que o tempo
Era minha instabilidade querendo ser modificada
Minha timidez querendo te trancar em mim.

28/10/2013

Entre sonhos e realidade, onde a minha reside mesmo?
Às vezes me perco nesse turbilhão de pensamentos tolos
Que não sei ao certo se possui um no qual eu exista.

São apenas sonhos vãos que me deixam confusa,
e no fim só resta eu e lágrimas?
Apenas memórias confusas, e a busca da realidade.
Apenas sonhos confusos e busca da felicidade.

Me apague, me lave com chá de pêssego
Me deixe no sol das manhãs de novembro.
Me deixe perdida nas minhas leituras embriagadas.

Parta com o seu silêncio e sentimento.
Apenas, deixe-me sem saber onde estarás.



24/10/2013

   Não seria estranho se um dia eu acordasse, e não reconhecesse mais ninguém. Apenas rostos brevemente conhecidos, uma dor de cabeça insuportável e uma pergunta inebriante: Por que essas pessoas ainda sorriem para mim? Sou uma desconhecida em todos os âmbitos sociais, e continuam na tentativa tola de me agradar, e de chamar a minha atenção. Quem são essas pessoas que mal reconhecem minhas expressões e continuam achando que eu era como antes?
   Me mudei de todos vocês, (ainda vivo em quem vive em mim todos os dias), me modulei na forma mais diferente do que eu costumava ser. Nessa nova perspectiva, só entra no meu mundo quem eu permito, e eu permito apenas uma pessoa. 

21/10/2013

Sentimentos vindo com a chuva, ou vindo com o outubro?
São esses sentimentos encubados
Transformados numa voz medrosa e orgulhosa
Por ter que se submeter a tal ponto.



Todos esses teatros, qual eu devo crer que é minha realidade?
- Do qual você sente que não é uma brincadeira.
Não seria melhor encarar a realidade, e viver solitária?
- Não, todos meus dias são teatros, que me moldo facilmente nos meus personagens bobos e infantis, dos quais alimentam cada ser em mim. N

20/10/2013

Vou quebrar o seu silêncio e sua seriedade.
Vou rir das suas palavras e mostrar que tenho controle.
Não me deixarei seduzir (novamente) pelo seu olhar e pelo seu toque
E por suas ''belas'' palavras poéticas, românticas, teatrais e decoradas.

Só mais uma chance para não nos perdermos novamente
Só mais uma chance pra eu viver em paz e feliz
E não ter o remorso de mais um ato ''inesperado''.

Não quero mais trocar minutos por uma vida inteira de felicidade
De realidade.


Não quero me entorpecer de remédios, drogas e suas palavras.
Quero a realidade nua, crua, dolorida que só ela...
Mas me traz tanta felicidade. Tanta paz.
A minha realidade está modificada.
Ela vive na minha mente.

Meu corpo é apenas um casulo, uma casca de ovo
Para proteger e gerar a verdadeira dentro de si,
E depois quebrar, romper a casa, para enfim
Voar livre e em paz! 

18/10/2013

Eu queria que me soprasse
Que eu fosse junto com a água gélida pelo ralo.
Pra acalmar minhas expectativas
E meus instintos carnais.

Dentro de mim, eu chorava
Minhas lágrimas escorriam em forma de sangue
Me punia, me perseguia;
Nem a lua poderia me acalmar.

Entre os delírios noturnos e
Sonhos medonhos
Meu coração, ofegante pedia ajuda
Estou sozinha?

Não posso rir nem chorar

Me levou embora.
Me arranque e me rasgue
Me despida, me despeça

Finja que sou eu mais uma vez
Deixa eu sonhar com essa brincadeira escrota
Torta na minha imaginação.





15/10/2013

Quero chover em ti
Sentir teus cabelos, correr por tua testa
Escorregar nas tuas sobrancelhas
Com alguma sorte, tocar tuas pálpebras e teus cílios
      (o mais próximo que consigo de tocar teus olhos)

Dificultosamente, passo pelas maçãs do teu rosto
E chego na tua boca
Onde me derreto pelos doces beijos. 

Chovo mais um pouco,
Caminho pelo teu pescoço
Onde sinto teu coração pulsando o sangue.
Escorrego pelo teu peito,
Procuro algumas curvas das costelas
para eu ter o mínimo de prazer.

Encontro com tua barriga e respiração ofegante
Quero descansar aqui
Quero lhe fazer cócegas...
Mas a gravidade continua me atraindo
   (ainda mais do que tu consegues me atrair)

Desço, pingo. Abandono teu corpo.
Outras partes de mim continuam escorrendo pelas tuas pernas
Por onde saboreio as curvas dos teus músculos
Ando um pouco tora nos teus joelhos
Me apaixono ainda mais pela tua tíbia tão reforçada


Finalmente, chego aos teus pés, e me despeço totalmente de ti.

  (mas irei chover em ti todos os dias)





Poderia chover
Me enfadar de guloseimas
Assistir um longa metragem
Ter o meu amor ao meu lado.

O que temos pra hoje
É um tempo emburrado
Estudos emaranhados
E uma cólica dilacerada.

Enquanto eu não puder admitir isso tudo
De mim pra ti
Que eu sou tua
Vou ficar na minha linha de segurança

Vou ficar no meio termo
Vou sorrir e
lembrar que a felicidade ainda não flui
naturalmente sem ti
Me vem a culpa e leva-me o sorriso.
Me vem teus olhos, leva-me a consciência
Volto a respirar, ofegante
Tateando teu ombro pra eu me apoiar
Me entregar de olhos fechados
(enquanto a água escorre nos nossos corpos)

Agora eu posso viver em paz.

14/10/2013

Arvo Part - My Heart's in the Highlands

Vou me perder nessa indecisão
Nessa exclusão que eu crio pra fugir do mundo
Nessas doenças que me deixam fraca
E talvez, a possibilidade de sonhar com um dia melhor.

São só minhas doenças que me salvam e me matam
É só essa tristeza que insiste em apagar meu sorriso
E o efeito passando, da minha loucura.


Só uma louca, alienada
Desesperada e abandonada
     (pela felicidade)

No fundo, excluído,
Reprimindo a vida inteira.
Sufocando os próprios pensamentos.

Não aceitava e
Não permitia mais pessoas ali
Só pra não aceitar sua própria culpa
E sua própria fraqueza.

Esqueceu como sorrir
Esqueceu de ser mais leve.
Matou todos
Enganou e abandonou.

Todos seus sonhos
Resultaram em solidão
E na angústia de viver seus dias isolada.

Não me preocuparei.
A vida flui, e me surpreende.
Me entrega a felicidade como a minha natureza requer.

E então...
Por quê duvidar de algo que é certo irá acontecer?
Eu me quero novamente
Me encontrar e me perder
Ter minhas insanidades e
Hiperatividades à flor da pele.

Quero a minha criança a me acompanhar
Quero meus vícios e coleções na minha prateleira.
Quero meus sonhos sem medo
Quero meus sonhos virando realidade.

Tudo flui
A felicidade flui
Em mim,
Em cada gesto e detalhe.

Os detalhes

Se eu me perder
Não me tire daqui
Me veja, de perto ou de longe
Não prive minha brincadeira.

Eu vou viver meus sonhos
Até que se tornem realidade.


10/10/2013

   ''Não se aproprie da inexperiência como desculpas para a inabilidade. Utilize o tempo para aumentar a competência.''
   '' Não verbalize os medos e incertezas; eles podem ficar maiores do que já são. Enquanto estão na mente, são apenas pensamentos. Quando verbalizados, podem se concretizar.''
Não quero que me consuma, apesar de desejar, por alguns segundos; quando minha cabeça começa a perder a razão, e só os monstros sussurram, no meu ouvido, medos que já deveriam ter sidos enterrados.
Foi-se embora o controle, a fome, as unhas e os dedos.

A cada passo lembra a dor gritante do peso a carregar. O corpo grita, mas a mente não coopera.

Espero que quando eu morar nos teus olhos, o barulho deles seja suficiente pra me ensurdecer e não consiga dar atenção para meus monstros.

08/10/2013

Quero saborear suas palavras
juntamente com teu cheiro.
Tudo me envolvendo numa
psicose mirabolante.
Permita-me embebedar-me dos teus olhos
Fascinantes, sedutores dos meus sentimentos.

Deixe-me saltar nos teus cabelos emaranhados
Perder-me nos teus pensamentos complexos
(E adoráveis).

Dos teus medos, permita-me trancafiá-los em minhas mãos.
Então, descansa tua cabeça no meu peito
Com alguns fios do meu cabelo roçando teu rosto.
Que volte uma respiração fluir no corpo de dois.

Na fúria dos meus monstros em contato com a realidade
Procuro acalmar as mãos inquietas e se escondem.
Mas quero tuas mãos nas minhas para que eu posso continuar.

  Não lembro onde deixei meus sapatos e porquê os espelhos. Não deixei mais que as lágrimas fluíssem, igualmente, proibi meus sorrisos.
  O silêncio nada constrangedor, com pensamentos insossos a respeito de mim e do céu.
  Onde estava minha cabeça? Eu aceitei... Um pedido. Antes do tempo.

  Que tempo este quando está parada no tempo, avançando e retrocedendo, como um controle remoto. Como um jogo repetitivo. Caminhando, escuta as folhas secas, e o vento frio sobre a pele frágil. Abandonou a fortaleza, entregou-se à mediocridade. Abandona o térreo, e voa a cada quilômetro... - Que pessoas são essas? Eu não deveria estar aqui. Toda a mina obsessão, eu as quero de volta, minhas doenças que foram esmagadas. Me deixe ficar no escuro novamente. Ele me conforta. Me traz de volta a tranquilidade e assim posso caminhar devagar.
   Perdida no tempo e no espaço, me pergunto todas as vezes, quantas pessoas ainda conseguem me ver. Mas o meu silêncio ainda fala alto demais. Congele a todos. E deixe que o frio faça todo o seu trabalho.
   O sangue deixará de correr, aos poucos, mal se percebe. Vem de mansinho, me leve, sorrindo, sem dar tempo de dizer um adeus. O que resta no olhar, é o suficiente pra compreender a dor. 

05/10/2013

- São apenas eu e minhas doenças inventadas
 - Só pra chamar a atenção, por isso deve sofrer em silêncio. Chega de mentiras. Você está em cansada.
 - ... Eu só achei que isso seria uma boa opção.
 - Bom pra quem? Ninguém mais precisa saber disso. Você sempre soube que seria assim. Não grite. Pare de chorar. Ninguém pode te ver chorar. Estão cansados disso e de você Só o silêncio é o suficiente pra incomodar. Fique invisível o máximo que puder. Faça o que quiser, mas não conte pra ninguém.



   Espero que mais pra frente eu não tema a chuva, nem raios ou trovões. Não por eles em si, apenas pelo fato de não poder ficar deitada do teu lado enquanto eles caem. Eu não queria ter essa lembrança enquanto não pudesse acreditar nisso cegamente. 
     A única coisa ruim de ser criança é que tudo não passa de brincadeiras. E quando se torna adulto, as brincadeiras se tornam sonhos utópicos. Não sei se não quero crescer pra continuar brincando, ou se quero amadurecer e ter essa brincadeira como uma lembrança dolorida.
      

29/09/2013





   Por algum motivo, quero a solidão tal como ela é. 
Por que raios ela me é tão distante e difícil?
Por que essa carência estúpida insiste em incomodar meu corpo?

Tudo isso é ilusão, não preciso de coisas fúteis. Só preciso saber a Verdade e voltar pro Caminho. 

Me deixe gritar, deixe morrer pra encontrar a vida. Estou farta desse teatro, desses sonhos que ficam se alternando na minha mente. Eu quero estar próxima à natureza, quero sentir a verdade nos meus pés e na minha cabeça. Entender o que é frio e o que é fome. E talvez, ter a casa no fundo da floresta, longe de tudo. Consumindo-me pela triste e doce felicidade. A felicidade estável, que não muda de humor. O corpo finalmente poderá acompanhar. E o equilíbrio irá surgir. Vou sozinha. Finalmente!

28/09/2013

    Eu gostaria que a solidão me fosse suficiente. Não uma sensação apavorante de querer você aqui. Ou qualquer outra pessoa.
    Não queria que meu silêncio fosse resultado da culpa, mas sim da felicidade.
   Não queria ficar à deriva dos meus sentimentos. Queria viver uma vida solitária e quase monótona. Focada nos meus sonhos e nos modos cansativos de alcançá-los.

É chegadaa hora de enfrentar novamente os monstros e ir quase sozinha procurando o caminho, que nunca se finda. E os sonhos solitários voltaram a brilhar na janela, que tinham comprado por um preço de quase nada. Volta à felicidade solitária. Finda o prazer. Vive por viver. A invisibilidade tomou conta e se esconde ainda mais.

22/09/2013

   Depois que o ódio fica fincado na carne, não adianta tentar amenizar. Por tempos estive tentando ser paciente, e procurar as diferenças. Mas são raríssimas as diferenças. A inocência ficou perdida, e tentam mascará-la. Mas é facilmente desmascarado. A repugnância cresce, se estabelece. Por fim, compreende, e volto pro meu mundo.
   Pessoas estúpidas.
   Mesmo que o amor me doa e fique distante, prefiro viver essa dor, do que viver coisas superficiais e fáceis. Escolhi o amor porque dói, porque tem que lutar por isso, porque é difícil, porque tem que sacrificar a si próprio.
   A cada dia a raiva cresce pelas pessoas, principalmente as que tocam no meu cabelo quando eu não permito. Mas eu sei, a culpa é minha que não dei avisos suficientes. É hora de dar tchau, como todos que incompreenderam isso. 
   Não adianta mudar a si mesmo, pensando que o mundo não irá mudar com isso. Mudanças reais requer o desprendimento de hábitos antigos. Grandes mudanças requer desconforto. 
    Aquela solidão grotesca que lhe consumia estupidamente. A alimentação rasa e vegana, que passava mal qualquer horário que fosse, forçava-se a ter 6 refeições diárias para que fosse possível realizar todos os sonhos já que a morte lhe viria em um processo natural e desistira de desejar-lhe todas as noites. No quarto mais distante da cozinha e da sala da pensão escondia-se no seu mundo, com inúmeros vícios (estúpidos), sem suportar as pessoas, mesmo tendo que usar a sociabilidade para ganhar o dinheiro que lhe seria útil em momentos futuros para distanciar-se de tudo e viver como sempre desejara. Tivera alguns amores durante a vida, do qual o último levou suas forças e aumentara sua repulsa pelas outras pessoas. Dedicara seu tempo e seus pensamentos todos aquele único amante que nunca lhe pertencera propriamente.
   Se amavam e rolavam pela cama às escondidas, à preço do amor que inflavamava mais ao peito de um do que de outro. Nunca trocaram presentes, fora alguns desenhos e algumas cartas malfeitas, outra nem entregues. Porém, muito antes de serem amantes, eram amigos, se tratavam como irmãos. Mas o corpo cegou a pureza daquele sentimento que não teria continuidade. Quando soubera que não poderia, de maneira alguma viver de fato aquele amor, esqueceu-se completamente da vida e dos sonhos que tanto renunciara, mas, que ainda sim alimentava durante as carícias noturnas. Foi desse momento em diante que resolveu viver para si.
   Melhorou a alimentação e os menores hábitos possíveis. Parou de temer as pessoas e sim a ter repugnância, se contradizia, pois a caridade e a justiça eram coisas naturais de sua essência. Decidiu esquecer seu amor e seu sentimentalismo com estudos e trabalhos e conseguir ser suficiente a si mesma, pelo menos ao fim de sua vida. Era uma pessoa exemplar em todos os aspectos de sua vida, exceto em sociabilidade e sorrisos. Vivia reclusa de pessoas e festas e qualquer tipo de música que tirava o espírito do estado de nobreza e tranquilidade, apesar de que na sua mente vivia um turbilhão de pensamentos tortos. Terminou o mestrado, conseguiu dinheiro suficiente para se mudar para longe de qualquer tipo de civilização, um sítio, onde cuidava de alguns animais e plantava tudo da qual sua alimentação requeria. Lá, estudava sua música, pois de alguma maneira aquilo tirava todas suas dores, e muitas vezes, concentrada, entrava num estado hipnótico, onde pensamentos fluíam fácil e rapidamente. Não os acompanhava, apenas permitia que brotassem.
   Aquela vida solitária e monótona no campo fora acomodando sua vida. Os meses passavam e como sempre. seu corpo pedia mudanças, mas não havia outro lugar onde quisesse estar, ali tinha tudo o que queria e tudo o que sempre sonhara... A não ser nos braços de seu antigo amante, que o deixara a sete anos sem notícias.
   O amor voltou a lhe incomodar.
   As plantas começaram a morrer, as hortaliças cresciam fracas, com pouca vida. Os animais que eram os seus únicos amigos passavam o dia triste, rodeando sua senhora sem entender, apenas sentindo o que seu coração gritava. Já não conseguia se concentrar em estudos, trabalhos, meditações ou qualquer outra atividade.
   Seus pensamentos, sua alma pedia incansavelmente seu amante... Do qual nunca esquecera-se das feições faciais, do cheiro corporal, da grave voz que fazia seu coração acelerar.
  Não sabia se recorria à cidade, procurando-o, ou se desfazia novamente daquilo - mas incomodava como nunca. Suas noites começaram a ser tempestuosas, com largos pesadelos, dos quais acordava aterrorizada pela morte dele. Passaram duas semanas, e as complicações aumentaram. Decidiu sair em busca de notícias.
   No hotel da cidade movimentada, tentava evitar as pessoas, e seus pensamentos quase faziam-na desistir da busca insana pelo antigo amor. Três dias na cidade pareciam três meses, e a coragem lhe faltava, o medo de procurá-lo e ser rejeitada consumia-a. Começou a fazer ligações. Foi fácil. O que não foi fácil foi escutar a voz pelo telefone e lembrar de tudo que havia passado. Sua voz trêmula tentava parecer madura e confiante, mas debulhou-se em lágrimas, e ele compreendeu que sua doce menina precisava do único abraço confortável, do único que permitia-se tocar e ser tocada.

20/09/2013



   Meus doces sonhos flutuantes do teu lado, a cama que nos abraça, o frio soprando janela a fora, - mais um dia de neve pra eu te amar. Pego tua mão, observo teus detalhes, não canso de observar. Escuto-os brincando na sala, aquela risada pura, brincadeiras bobas, como se divertem, e como estou feliz. Finalmente, estou em paz. Por favor, me lembre que aqui é meu lugar.Não me deixe ir sem vocês, não me deixe chorar sozinha. Permita que eu descanse todas as noites ao teu lado. Ao som do teu coração, respiração e tuas tosses alérgicas. Tão confortável o que criamos. Por que isso estava tão longe sendo que possuímos um ao outro? Era a minha (nossa) obsessão. Eu pra você. Apenas isso. Meus sorrisos e meus olhares mais sinceros. Fecho meus olhos, sinto-te, quero-te. Tu sabes quem eu sou. Não preciso mentir, não preciso inventar personagens pra viver ao teu lado. Vamos embora logo. Vamos. Lá fora não tem quem nos impeça. Quero ser livre contigo e pra ti. 
Sobreviveria a mais quantos invernos, já que a primavera lhe maltratava?
Agora que todo o corpo desvanecera-se no silêncio da morte.
Sorriu e chorou como nunca.
A sua boca devorava, o que demorou tanto tempo a encontrar.

- Volte! Volte, minha querida!
Gritava, sufocado, em suas próprias palavras.
O olhar gélido, estancado, observava os restos mortais.
A lua brilhante, retornava-lhe lembranças passadas, aumentando sua cólera.
- Por favor - disse em prantos - Volte! Volte, minha querida.

19/09/2013

Continuo nessa mentiras
Voltando pra realidade quando?
Irei embora sem dizer adeus
Enquanto isso, preciso ainda sorrir?

A solidão nunca será minha companheira
Enquanto eu não vivê-la de fato.
O silêncio continuará sendo mu inimigo
Todas as vezes que eu não te ouvir cantar.
Os uivos silenciados pela carnificina
As mordidas silenciam o prazer
A boca pede o beijo quente, molhado
O sorriso morre ao despertar da dor

Correndo sobre a relva
Procurando mais uma presa
A ansiedade lhe consome
Mas espera o melhor momento para atacar

Implorando pelas garras fincadas na pele frágil
O gemido some, as lágrimas escorrem
Olhares de piedade e continuação do ato
A respiração trêmula pelo amor



    Por favor, me leve para longe, para o anonimato, me deixe guardada, escondida de tudo. Estou tão, tão cansada, e triste por pensar que dependo de você. Eu não quero te deixar, eu não quero ir sozinha. Não quero me esquecer totalmente. Tudo o que estou vivendo não passa de teatros indefinidos, que mal posso saber o que é a realidade, essa que me custa tanto. Custa acreditar e a viver. Sendo que muitas vezes prefiro viver o mundo dos meus pensamentos, que gemem, gritando (a felicidade) a paz, o corpo que mal acompanha o que a ''rotina'' impõe. 
   Que outro tipo de liberdade eu preciso? E qual delas me será suficiente? Quero me entregar, quero descansar. Fugir será uma fraqueza? Essa que praticamente todos sempre cogitam, mas voltam pra realidade. Mas meus padrões sempre foram estranhos, por que esse seria iguais aos outros?
   Creio não ter uma bela história pra contar, não ter fotos, nem muitas lembranças alegres. Há quem diga eu estar errada viver nesse mundo egoísta, mas ainda sim, não tenho medo de estar errada, de buscar em lugares distantes o que eu quero pra viver.
A: Você ia me falar das ligações...
B: Certas ligações eu tenho por olhares.. reconheço um na rua, em qualquer canto.. então os olhares possuem um sinal, que é uma especie de código 'sobrenatural'.
A: Mas porque elas representam tanto pra você?
B: Porque de alguma forma sei que elas me protegerão, mesmo que eu estiver dormindo.

B: Tem algum monstro tentando me bater.
A: Tem certeza que não quer que eu te proteja?
B: Não. Todas as cicatrizes servem de aprendizado e lembrança.
A: Mas as cicatrizes ficam em você, não nos seus monstros, e eu quero que você seja feliz.
B: Acho que ser feliz vem depois de muitas lágrimas, é o que me faz acreditar e querer continuar. Pra mim, a felicidade dói.
A: Mas você tem que crer nela até o final, como se toda a dor antes fosse um modo de te testar pra saber se você realmente a merece.
B: E no meu mundo paralelo, eu poderia jurar que são lágrimas de felicidade. Na verdade, no meu outro mundo, estou satisfeita já. Poderia morrer, porque o meu amor está vivendo dentro de mim,não há mais nada que eu possa fazer, ou o que possa me satisfazer, tenho tudo o que quero. ..

17/09/2013

16/09/2013

Me perco nos teus olhos, mesmo que fechados, por tempo indefinido.
Me perco em tu, mesmo quando a noite chega, invade a escuridão e mal percebo e te perco de vista.
Descanso meus pensamentos no teu ombro, meu corpo no teu abraço, meus medos no teu sorriso.

Permita-me ser tua hoje à noite, amanhã, e todos os dias que eu viver.


A cabeça explode
De medo do mundo de fora.
Eu não deveria ter saído daqui.
Não sei de tudo
Mas um pouco, suficiente,
Pra saber onde eu tenho que ficar
Onde pelo menos onde não ir.

- Por favor, me deixe longe deles
- Sim, estou te protegendo. Descanse em paz, minha querida.
- Obrigada meu amor.

12/09/2013

   Se eu fechar meus olhos durante a madrugada, irei te ver sentado à minha poltrona que nem existe (igualmente à ti), tomando teu café, pernas cruzadas, cabelos bagunçados e tua ignorância para comigo, e eu tendo que lhe gritar, para que apenas dirijas o olhar pra mim? Por que teu nome ainda ressoa com tanta nostalgia quando o lembro? Demian, Demian. Tuas maldades e meus sonhos sendo roubados por você. Ainda te desejo algumas mínimas vezes, mas esse desejo quero findá-lo de uma vez por todas. Mais maltrata-me do que me beneficia...
   - Serei diferente dessa vez minha doce criança.
   - Fique quieto! Eu conheço sua manipulação agora. Essa é só uma saudade de não me sentir sozinha enquanto meu sono tarda em chegar (todas) as noites.
   Uma saudade de aceitar o que a mente cria, nada diferente do meu mundo. Mas tudo isso é medo. Não passa de medo.

11/09/2013

Pegue teus sapatos
Vamos passear na neve.
Observar as luzes piscando
Enquanto todos festejam o Natal.

As estrelas solitárias longe de nós,
Sorriem enquanto brincamos no meio da rua.
E ainda sim, mal podemos alcançar nossos sonhos.

Não me importo se teus olhares forem tímidos
Todas as vezes que admitirmos nosso amor.
Tuas pupilas dilatadas falam
O que tua boca se embaralha a dizer.


Onde está o meu amor para
Comigo dançar nas noites
Estreladas?

Dançar com o fogo e com
O calor dos nossos corpos
Flutuantes.

Rolar na grama enquanto
A lua ilumina o teu rosto
E teu abraço envolvendo
Todo meu corpo.

Venha meu amor,
Volte! Vamos festejar
Dançar, deixe-me te
Contemplar
Minhas doenças querem me consumir
Mas o veneno que corre em minhas veias
Desatará a chover nos meus olhos
Me acostumei com o segundo plano
E a vida aqui é mais tranquila
Já nem chamo mais a atenção
Posso andar com meus próprios passos.

09/09/2013

Gosto do escuro
Do silêncio
De ouvir minha respiração
Sentir meu coração batendo.

Volto a perceber isso
Quando estou envolvida nos teus braços
Quando tua cabeça está escondida no meus cabelos
Quando me torno tua novamente,
Mesmo que só na minha mente.

A saudade de ter à noite
No meio do meu colchão.
Iluminado, teu rosto, à luz de vela
Hipnóticos, teus negros olhos



08/09/2013

não sou legal
não sou bonita
nem surpreendente.

deixei minha inteligência
meus vícios idiotas
e me larguei por aí.

eu não sou a mesma
mudei, pra pior e pra melhor.
sei o que me tornei
uma pessoa chata pra maioria

mas são poucas as pessoas
que ainda estão comigo.
eu não tenho amigos.
talvez isso me machuque.

mas eu não sou legal
nem surpreendente.
não sei mais conversar.


eu não me sinto parte desse mundo
eu não deveria estar aqui mais...
o 'legal' vira moda
todo mundo tem
quer usar.

que chato
não ser único mais
perder as características.

legal é
ser visto como estranho
num campo social
onde todos se acham estranhos
mas são todos iguais.



 É engraçado rever todas as pessoas que antes eram suas amigas. Sorrindo, fazendo as mesmas ações de sempre.
  É triste não se sentir mais daquele meio, sentir que não tem mais amigos. Que a felicidade genuína é muito difícil de tê-la, de me sentir bem em algum lugar que tenha mais do que uma pessoa, de não se sentir nunca fazer parte do mundo.
   É chato sorrir quando quer ficar sério. Quando está cansada de sorrir, falar, comer por sociabilidade.

   Não! Desculpe-me por não querer mais essas coisas, mesmo que minha natureza peça pessoas ao meu lado. Eu só não achei quais delas devem estar. Estou mudando, mas elas não.
   Mudanças se fazem se sentindo sozinha. Mudanças de verdade não tem ninguém. E se tem, ela não pode te ajudar como precisa.
   Eu não tenho mais coerência. EU não tenho mais rotina. Eu não quero mais amigos! Mesmo que eu precisasse lutar e mudar isso, isso não vai se mudar de mim.

Por acaso eu pareço uma mentira pra você?
Por acaso eu sou um pedaço de carne suculento que pode ser bom ou ruim?
Por acaso sou uma boneca que tem que se vestir na moda?
Por acaso eu tinha que ficar no pódium?

Não sou mentiras. Não quero uma vida fútil.


    Seria engraçado se eu fosse 'normal', se eu tivesse muitos amigos, seria engraçado forçar sorrisos, abraços, forçar que sou uma pessoa legal, simpática.
  Mas também seria patético. É patético. Ainda sou patética.
  Não quero mais essas pessoas do meu lado. A verdade é que não me conhecem mais. Apenas têm em mente o que e conheceram (superficialmente até). E eu não pertenço mais a ninguém, ninguém pertence à mim. Uma liberdade jogada que me sinto sozinha até demais. Mas continue. Esse é o caminho. O silêncio e a solidão falam o que não pode ser ouvido. Apenas continue. 

04/09/2013

criança pula de alegria
pula pipoca!

criança canta, ri e dança
em momentos inoportunos

chora quando tem medo
chora quando tem culpa

quer agradar, quer chamar atenção.
se suja na lama, rola, senta no chão
quer brincar em qualquer lugar
pois inocência não permite saber qual é o lugar certo...

ah. a inocência!

pula pipoca!


   O manual estava pronto, mas era complexo. não era pratico. Reescreveu até o ponto que fosse simples o suficiente para ser compreendido rapidamente. Assim, usou armas quando era hora de guerrear; escudos na hora de se proteger, mantivera o silêncio e a distância quando palavras grosseiras e atos repudiantes queriam ferir.
   Ainda precisava caminhar; o fim estava distante - distante não, mas longe o suficiente pra ter o tempo de se tornar quem precisava.
quatro cellos
um espelho
um corpo quieto no canto esquerdo
um inseto
- que levou minha concentração.

03/09/2013

revolvo a todas suas palavras escritas
todas lembranças possíveis do seu amor.
será ainda pulsante?
será que ainda vive?
eu deveria me importar com isso!?
será ou fora minha realidade?

sempre errei
me ceguei.
a realidade esteve flutuante na minha vida
e agora, perdida
pergunto que realidade estou inserida.
sozinha ou então
como saber se estou contigo?

talvez você esteja aqui
talvez não.
talvez eu esteja escondendo algo de mim
talvez seja você
talvez não tenha nada mesmo. 
se lhe nego um sorriso um olhar, me sinto péssima.
se lhe sorrio e lhe olho demoradamente,
entrego-me às lágrimas, que teu rosto me faz lembrar da culpa.

não quero te olhar superficialmente
mas também não quero mais me aprofundar nesses teus olhos negros
que me me levam ao meu íntimo
me acolhe, me protege, me compreende.

não quero mais me aprofundar na tua voz grave
que me envolve, leva pra outra dimensão.
que me ensina, me aconselha, me acalma.

não quero mais me aprofundar e
me afundar no teu ombro e no teu abraço
que tiram todo o peso da minha dor
e o medo que tenho de mim mesma.

não quero mais me aprofundar nos sonhos que cultivo à noite
olhando o céu estrelado, sentindo o frio e desejando você do meu lado
esperando o teu carinho e suas doces mãos no meu rosto.

não quero mais me aprofundar nesse amor só de distância
que dói, que não cala, que é inquieto, não fica em paz
que não não me deixa em paz,  não se satisfaz,
que me deixa tímida do teu lado,
que me deixa sonhando acordada.

não quero me aprofundar em desculpas esfarrapadas pra te ver
ou motivos ''profissionais'' pra ficar do teu lado.

só queria vivê-los e admiti-los.
- mas tudo isso está totalmente fora do meu alcance.

e fora o amor que eu sinto
sinto também o medo de te amar. 
queria um amigo fisicamente, pra lhe abraçar, secar as lágrimas, dormir junto, assistir filmes e fazer brincadeiras. mas o corpo erra, o corpo age instintivamente. o corpo faz amar o que não é pra ser amado. os falsos amores. o amor que sentia agora era o amor puro, o amor que dói, que não pode tocar, não pode falar nele, mal pode observar. é um amor que não é seu. viveria por ela mesma e esse amor; sem ver, iria vivê-lo todos os dias. não querendo, iria desejá-lo. porque outrora confundiu o amor puro por amor físico. mais uma vez, não soube amar.
falara do amor, bem baixinho, mas uma pessoa escutou. e o amor puro não pode ser dito. deve ser vivido em silêncio, quase inexistente no mundo exterior, mas pulsante e esmagante dentro de quem o vive. principalmente, quando é um amor que não é seu.
  Uma criança abandonada no mundo, se jogou pra lá sem saber o que queria. Achou que era mulher. Perdeu a inocência, achando que isso lhe traria a liberdade. Se envolveu em sentimentos que não soube administrá-los, fechou os olhos e entregou seu corpo, achou que era mulher e isso lhe traria a liberdade. Se envolveu com drogas, achou que isso a traria de volta pro seu mundo - se desviou do caminho. Falsos amigos sempre estavam do seu lado e por estar fraca, se desviou mais ainda - achando que eles tirariam sua solidão.
   Mas a solidão à pertence. A ''mulher'' voltou a ser criança. Abandonou o mundo, abandonou as mentiras, as superficialidades, os sentimentos que não podem e nem devem continuar. As lágrimas continuam sendo suas amigas, embora seus olhos estejam cansados de ficarem úmidos e pedem descanso. A mente tão perdida no medo do futuro... O que será que ele lhe reserva? Mas não deves mais se preocupar com isso, pois tampouco isso tem controle.
   Ela não quer ser mais mulher. Não quer mais chamar atenção. Não quer pessoas a sua volta, não querem que vejam seu corpo, seu olhar. Só quer voltar a ser criança. Não quer ficar no mau comodismo. Só quer ficar em paz. Não necessariamente feliz - apesar que é um sonho que sempre lhe perturba nas madrugadas antes de dormir: Será que de fato viverei felicidade genuína ou viverei como uma transeunte e veja de longe apenas a felicidade, mas não a sinta?
    Precisa voltar a ficar vazia, minha doce criança, porque seu Pai lhe protege. Precisa se desvincular de quem traz dor, para que possa ficar mais próxima da paz. Mesmo que não haja ninguém a seu lado pra lhe dar forças, precisa continuar no caminho.  Pois a verdade é que ninguém, se não a própria criança aprenderá a caminhar. Pode haver pessoas lhe ajudando, mas se não quiser aprender, não dará um passo se quer. Mas se é algo que realmente deseja, encontrará forças para ir sozinha, ou com ajuda de seu melhor amigo. Pare de errar! Pare de andar em círculos. Pare de desejar o que não pode ser seu.
    A beleza fere os olhos, o sorriso entristece quem não sabe sorrir. O olhar rouba as forças.
   Quem dera fugir, quem dera se esquecer - mas continue sem saber o que fazer. Faça o que escolheu, e deixe tudo acontecer. A falsa ideia de que está no controle da própria vida é um erro ingênuo. Faça o que lhe for possível para sobreviver e ajudar no caminho, compreenda o propósito. Mas não queira adivinhar o futuro, fazer o impossível para buscar a felicidade - porque talvez ela não faça parte da sua vida, ou talvez você esteja se enganando mais vez. Esqueça-se! Esqueça os outros, o que fizeram ou deixaram de fazer por você. E o que você deixou de fazer por eles ou fez o que não deveria ter feito. Esvazie-se! Para que uma nova pessoa nasça à partir do momento em que escolhestes ser melhor.
   Só não esqueças - novamente - de ver realmente quem está do teu lado. Entregue sua vida, seus medos e sonhos para a única pessoa que pode lhe ajudar: Deus. 

02/09/2013

 Era o que eu queria, mesmo que inconsciente. Viver na dor. A pior dor. A que não pode cicatrizar ou passar. O sentimento que não vai se calar (e não quero que ele passe). Só o amor de longe, amor de pensamento, de corrosão. Eu não me importo por essa dor, ela me leva onde eu tenho que ficar. Eu não me importo, porque ela me traz uma companhia - a solidão - que me faz ficar exatamente onde tenho que ficar, e ainda me permite sonhar.
  É uma dor pura, por ser resultado de um sentimento puro. Já não espero mais que fiques comigo na condição de amante. Sendo meu amigo, estando do meu lado com teu silêncio, e se eu puder te observar demoradamente, mesmo que de longe, servirá pra eu te amar como sinto. 

31/08/2013

Quando está ciente das mudanças, mude o que for precise, abandone o que for preciso. Faça valer a pena todas as dores. De que adianta mudar um pouco sendo que depois vai cair e ter que fazer tudo de novo? Mude de uma vez por todas. Mude pra não voltar mais a ser o que era antes. 
É uma vontade de ter amigos pra sair  à tarde, tocar músicas improvisadas. jogar magic, sentir o vento, assistir filme comendo pipoca, ouvir música no escuro e comentar sobre os pensamentos. De andar de roller ou de bicicleta, cair, rir, correr, cansar. De escrever poemas, crônicas, textos bobos. De rir sem muito motivo, e de chorar só quando realmente doer. De comer sem ter medo de engordar, de não ter medo das roupas.

Mas são só vontades que irão passar e me fazem chorar sem motivo, e talvez rir só quando estiver feliz. De ser incapaz de escrever qualquer coisa decente, de ser incapaz de ser suficiente nas coisas que resolvi fazer. 

28/08/2013

Às Escondidas V

as mudanças pedem para serem vistas,
o sinal da pessoa nova tem que ser mostrado
mas isso seria hipocrisia?

não sei minha cara.
o que realmente importa é o que elas significam pra você.
 já que não se importa com o 'mundo'
então não precisa compreender cada coisa que tu fazes,
não precisas deixar à vista quem estás se tornando.

talvez, depois, que concretizares,
podes então mudar quantas vezes quiser sem alterar o que concluístes.

Às Escondidas

   Quantas vezes estive a ponto de gritar só pra ver se sai o que me incomoda, se, da minha mente sai a saudade do passado, de ter pessoas, mesmo que poucas;!pra sair de noite, jogar qualquer coisa. Eu não preciso mais desses amigos. Eu não os quero. É só outra vontade estúpida. Porque sei mesmo que a minha solidão me acalma, mesmo no meu desespero, eu crio, converso comigo mesma. Sei que a solidão me machuca, mas é ela que me ensina a crescer.

Às Escondidas II

  Embora a minha seja confortável, amo a sua dor, amo teu jeito distante, caótico, Amo todos seus seres. Sei que tudo isso é para que eu possa te amar o mais profundamente do que eu sou e sinto.
  Uma por ser capaz de me conhecer, outra por você se conhecer, e talvez se permitir mais para mim. É na dor que meus sentimentos se afloram, que sinto a necessidade de transformar em palavras, e explicar, inexplicavelmente meus sonhos.

   Te amar de longe dói, mas é uma dor que não me importo em alimentá-la.
   Te amar de longe dói, mas é uma dor que se acalma quando estás por perto, mesmo que seja tua voz ou a o silêncio da tua presença.

Às Escondidas III

A floresta estava vazia, podia caminhar lentamente, sentir cada textura da mente, os pensamentos lhe alteravam cada pessoa que ali residia. O mestre trouxe o mensageiro para ensinar e mostrar-lhe o caminho. A luz indica o caminho. No pain! Sabia que o que motiva-a a melhorar era por meio de ajudar a si mesma através da mente. Não lembrava quem eram seus pais, embora possuísse o cheiro da mamadeira e a voz de seu pai. Tinha ido embora pro caminho da liberdade, estivera tocando a muitos, embora nenhum a tocasse. O dinossauro terrível. A carnificina. Estava tudo tão frio. Você sabia como me recuperar dos meus medos. Bastasse que eu liberasse e enfrentasse à sangue frio.
   - Você queria falar comigo?
   - Eu...!? Não, por quê?!
   - Eu te ouvi chamar.
  - Não, quero ficar sozinho! Vá embora... por favor...
  - ... adeus.


às escondidas IV

placebo, eu vivo isso todos os dias.
quero você e suas mentiras.
seu corpo na chuva, na dança com o fogo

a sua música me deixa bêbada de lucidez
revejo todas minhas características no seu mais íntimo profundo.
deixe-me voltar! ao menos deixe-me dar um beijo despedida.
não me impeça de ir. você saberá onde estarei.
... mesmo que se demores.
quero ir
quero fugir
me abandonar
em outro lugar

eu fui
não me despedi
nem adeus,
nem um olhar.

a solidão,
no começo dói
depois se torna
sua companheira
sua amante, confidente.

porém, muito traiçoeira,
ciumenta, irritante.
num dia mata
noutro morre.
e grita, instigante -
não olhe pra mais ninguém!

me deixa surda
me deixa louca
quero ir
quero fugir
sem adeus
sem um olhar

me prende aqui
tenho medo de fugir
eu conheço ninguém
nem sei o que tem

mas daqui eu tenho medo.
às vezes ela me abandona
sem ser minha amiga ou amante.
vazia eu fico, gritante
esperando a fuga
o adeus
o olhar.

quero ir
quero fugir
com você
pra outro lugar.




Saudade do ser que era,
Da infância e da adolescência
já quase esquecidas.
As palavras e ações que corriam livremente
As canções criadas à torto e á direito eram tão saborosas.

Agora, em quase vida adulta
Os medos, de não ser capaz,
de não saber responder conforme eu preciso
de não realizar os sonhos - tão simples.

Talvez o tempo e o cansaço
levem embora minha perspicácia
minha altivez, minha vontade.

Mas a vontade que permanece
é de voltar a natureza,
sentir água fluindo no corpo
ouvir o vento irritar meus ouvidos
sentir o frio incomodar nas noites de inverno.




27/08/2013

Vanguart - Para Abrir Os Olhos


Pullovers - Tudo que sempre sonhei



E por fim cresci de insulto em insulto
Eu me vi como um adulto
Culto pronto pra o quê mesmo? Já nem sei.
Olho e não encontro
penso se eu não fui um tonto
de acreditar no conto
do vigário que escutei.

Otto - O Leite


Já não era mais o mesmo ser de antes, e nunca fora o mesmo em todas as miscelâneas e pseudônimos. O que ainda não descobrira foi a essência de tudo. Talvez tenha certos palpites do que era, porém, tinha medo de admiti-las. A dor física retrata a personalidade daquele ser ignóbil, insignificante. Mas dentro do seu mundo lhe é suficiente. A solidão faz com que busque a sua essência (d)e todos os seres, para que possam viver em harmonia e lhes fazer companhia. Sempre foi assim: o próprio ser deveria ser suficiente em tudo, e em todas as áreas que tinha curiosidade, buscava, e fazia o melhor. Voltou para o mundo normal, onde as pessoas se esquecem da universalidade e não compreendem. Queria a liberdade, e a liberdade estava nas suas mãos. Queria o amor, e o amor estava nas suas mãos. Queria ser suficiente para si mesmo, e era. Porém não admitia e não se apropriava de tudo aquilo que já lhe pertencia.

22/08/2013

   Meia noite e oito, a lua cheia me chama e me acorda na madrugada ( - Volte para mim minha querida!), são só meus pensamentos e o barulho de fome da minha barriga me corroendo. Uns passos além de onde estou, onde cairei? Irei despencar pela janela. Não. Devo ter dado as costas pro abismo, e caminhei na direção oposta. Mal escuto os profundos ecos que escutava antes, o frio na barriga de olhar pra baixo e ter a sensação de estar morta-viva, a escuridão me chamando diuturnamente, me chamando para encarar o desconhecido, o novo; esquecer as dores empestadas na carne, sair da comodidade. Por algum motivo, quase um impossível motivo, tamparam o abismo. Colocaram uma ponte. Talvez eu esteja andando sobre ela, talvez eu esteja indo embora. Deixando a ponte e o abismo, e os sonhos e a felicidade genuína.
  ''Isso tudo porque estava doendo? Por que estava ficando louca? Por que o tempo esmagara-lhe o corpo quase desenvolvido? Por que não sabia se voltaria, se cairia logo de uma vez, ou ficaria sentada mais um bom tempo sem saber quando voltaria a viver? A verdade é que sempre foi uma escrava do tempo, dos sentimentos, dos medos. Nunca fora dona do próprio corpo, dos pensamentos e sonhos. Tudo comprado. A troco e preço de nada. Não podem te salvar. Porém, teus vícios também não te salvarão.''
   Sei e sinto que não sei ou conheço muitas coisas, que fico à deriva do tempo, sentimentos, medos, e sonhos, que me perco imensa e facilmente nos meus pensamentos e me deixo corroer. Muitas vezes meu corpo denuncia a ansiedade e inquietude que passa na mente - como ele sofre, sofre todos os vícios. Mesmo assim não abrirei mão da felicidade genuína. Sei que a tristeza genuína também é muito dolorida, me faz sentir viva, tão quanto estar feliz. Embora essa neutralidade, mascarada com euforias e melancolias seja razoavelmente confortável, é desprezível. 
   ''As guerras serão incessantes, é preciso (re)acostumar-se com isso. Nunca fora-lhe suficiente, nunca será. Sempre quis ser mais. Ter mais. Mesmo que tudo isso seja de você mesma, sobre sua personalidade. A exatidão de quem tu és nunca estará pronta, pois não serás um ser exato, possivelmente, poderás ser vários seres exatos; mas a exatidão não lhe acompanhara pela vida de outrora, por que sairia em busca disso agora?''
  

21/08/2013

Something

How much person I've been being the last days?
Maybe two or three (but, they are just what you see...)
A: - No! Stop!
B: Oh, please... You're nothing.
C: I'm something for somebody, even that the somebody is myself...
A: The solitude shows who we are, our imagination, our fears, and you creates all your personalities to protect you of the external world. Why you hide yourself?
B: Because I hate people
C: Because I don't deserve them
D: Because they aren't enough for me
E: I don't hide myself, they forget me
A: Everybody wrong. You hide yourself because you're selfish!
C, E: Please no! I'm just a little child, with fear.
B: Face everything, admit all what you are, stop with ambiguities, and try to organize everybody in one body. Without wars between them. Could you?
C: I'm afraid, i don't how to smile or be confident...
A, B: We'll protect you. Let's destroy your fears, face the people, and be the maximum of we can.
D: The solitude should be enough for us, my love.

as doenças... sempre me perseguem ou que as sigo?
por que ficar/querer ser saudável nunca está no primeiro plano?
a dor me faz sentir viva, claro! pois a fraqueza faz com que eu me humilhe
(e por que e pra quem essa toda humilhação?)
sei observar as coisas, sei ter paciência.

Mas chega desses infortúnios supérfluos!
Dessa vida hipócrita e mal vivida.
Tanta complexidade inútil!
De choramingo por qualquer rua,
De querer sentir a natureza viva
Quando mal sente o vento,
Mal cuida dos cactus pertencentes.

and what about you?

17/08/2013

e se eu enxergasse através de espelhos?
refletirão a minha realidade?
os pensamentos de culpa se esvaecem nas brumas
o corpo fica mais pesado.

quem eu deixei de ser?
tantos seres eu fui,
estou me refazendo como todas as velhas mentiras.

as flores estão morrendo.
olhe para mim!
você sabia que eu era assim...


14/08/2013

Faun - Unda

Talvez a mulher perfeita nunca sairá de mim
Ou talvez agora, ela será feita.
Abandono o que for preciso:
meu orgulho, meu egoísmo
meu silêncio - pra esconder em mim mesma o que eu sinto e
Ignorando-o muitas vezes para não ser hipnotizada pelos teus olhos novamente.
- Não enquanto não estiver tudo bem.


13/08/2013

Ef 4:22-24

Precisais deixar a vossa antiga maneira de viver e despojar-vos do homem velho, que vai se corrompendo ao sabor das paixões enganadoras. Precisais renovar-vos pela transformação espiritual da vossa mente, e vestir-vos do homem novo.

09/08/2013

meu amor
meu Demian
a tua música ainda me seduz.

eu sou sua prioridade
desculpe se nem sempre você foi a minha.
mas agora, estou voltando.

08/08/2013

Por baixo de tantas máscaras e sorrisos, escondia o olhar sensual, que chamava a atenção de todos. 

Não sabia falar, aquela doce criança
não conseguia cantar. Seu olhar, este que sombrio e atraente. A dor e o prazer. É claro, todos temem. O olhar e o toque, mostram a repulsa. Quase ninguém entende, mas está lá, sendo observada... 

Queria entender o pensamento
mas ela conseguiu se fechar, onde só ela poderia ficar. 
Voltaram sem pedir permissão, mas
Voltou ao protegido,
Matando o passado,
Contentando as antíteses(,)
Queimando por dentro.


07/08/2013

Guerra Mental


Interessante a  maneira que meu inconsciente me manipula. Tomada pela medo e fraqueza, mas procurando forças em todos os cantos, ele me remete ao passado, ao que preciso lutar. E quando mal percebo, estou refazendo atos que quero deixar de fazer, mesmo que não tenha significado mais; eles continuam. Tudo isso pra não querer ser mudado, não querer sair do conforto. Tudo isso com medo do novo. E tantas outras coisas, fora o meio físico a ser mudado... 
Uma guerra diária na minha mente. Entre o que eu quero fazer, o que eu preciso fazer e o que não quero. O que eu quero fazer por consciência, 
pra não continuar no conforto do meu mundo, o que eu preciso fazer pra sair disso e o que eu não quero fazer pra continuar nesse mundo. Pois é. Não é fácil. Não é muito fácil diferenciar essas coisas (talvez tenha ficado um pouco redundante minhas explicação - e aqui está ele, me remetendo à perfeição que eu não procuro mais). Mas com calma e paciência aprender a discernir e a não entrar em pânico. Pois quando deixa a mente livre de preocupações o corpo fica mais leve. 

02/08/2013

insanidade psico-química I

eu nunca esqueço os caminhos a percorrer,
principalmente quando as portas estão abertas.

the monsters are back. and i'm leaving myself. i'm tired. feel the cold hand

eles só estavam adormecidos...
eu tentei fazer silêncio,
mas eu precisava gritar.
me ouviram, e me encantaram novamente.

insanidade psico-química II

veja o medo estampado em meu rosto
não esconderei atrás de máscaras,
mais do que já possuo.
cansei de tudo.
vou embora, e você saberá me encontrar caso queira voltar.

i hate cry, please
peace!

01/08/2013

todos sentem saudade e medo e vergonha e frio.
sentem coceira, vontade de ficar sozinho e morrer no próprio mundo.

Porque a inquietude afeta todas as mentes.
A fome altera os sentidos e sente o frio mais rápido.

mentes contemporâneas são entendidas por mentes limpas,
não se pode compreender caso esteja preso aos dogmas ortodoxos. é claro!
a prisão da vida na mente dos sonhos é um erro
mas como definir um erro quando está com dor nos olhos
e mal pode abri-los para ver outros caminhos a sorrir?
quando se está cansado o suficiente para não querer sair do lugar
quando quer ser arrastado, mesmo que pelos braços, de qualquer jeito. precisa de um empurro, um pouco de água fria na cara, precisa sentir outro baque pra voltar a viver. muito tempo se irritando, muito tempo irritado. com o quê?

31/07/2013

Eu cairia de amores por você...

Como uma pétala que retorna ao chão devolvendo-lhe a vida,
Como uma rosa frágil por si própria e forte por seus espinhos,
Como uma pequena semente que retorna ao campo, logo em seguida, surgindo-lhe os brotos.
Como a planta de um café, que antes, tão frágil ao frio, e tão amargo quando seus grãos estão cheios de vida.
Como o pólen que a abelha deixa cair e cria a vida novamente.

Renovaria o que sinto
E o aumentaria a cada sorriso que surgisse no canto da tua boca,
A cada olhar perdido e profundo diante dos meus,
A cada suspiro e pensamentos cheios de saudade.

Eu cairia de amores por você...
Como uma irmã mais velha que protege o irmãozinho
Com uma irmã mais nova que quer a proteção do guerreiro sem muito heroísmo.
Como uma amante lhe amando como meu homem,
Como uma criança que ama cegamente, confia-lhe a vida,

Em espirais, surgiria o meu amor,
Num certo ciclismo isso viveria em mim.
Renovando-se a cada passo.
Sentindo a rotação diferente a cada hora
Sentindo a vida surgir em cada ponto esquecido.

Perdendo-me alguns momentos em o que eu sou
Entregando e tendo a coragem de lhe dizer:
Eu cairia de amores por você sem medo de proferir isso,
Sem medo de ser ridicularizada por um romantismo ultrapassado
Mas confiante, que um pouco possa ser compreendido
Possa ser ouvido, sem deixar tudo isso passar.


29/07/2013

Palavras e necessidade silenciadas.

   Fugi da complexidade de mim, para entrar em mim mesma. Cansei da minha voz e talvez por isso queira silenciá-la.
   Cansei de proferir coisas que mal sinto e cansei de silenciar o que precisa ser dito.
   Nessa confusão mental, onde pensamentos se alteram rapidamente, onde uma hora quero isso, outra, quero nada, tive uma conversa em voz alta comigo mesma e quase chorei por ter me maltratado, por ter dito o que me vinha à cabeça e não compreendido o que preciso. Ao menos, o corpo se aquietou, os passos ralentaram, movimentos diminuíram. 
   Odiando cada elogio, querendo um abraço. Quase abordando a próxima pessoa que viesse à frente. Odiando olhares que olhavam meu lado físico, mas queria imensamente que alguém perguntasse como eu me sentia. Talvez debulhasse-me em lágrimas, cairia nos ombros e então, depois de cansada, sorriria. Mas a minha fobia não me permitiria. Faria com que eu disse que estava bem, ignoraria o fato de estar explodindo por dentro. Depois, quando chegasse no silêncio do meu quarto, tentaria conversar com as vidas presentes, mas eles não falariam. E no silêncio e escuro, choraria de verdade, choraria como tivesse que ser, choraria pra expor de alguma forma o que preciso ser dito, já que em palavras e a minha voz, cansaram-me. Em outros momentos, não perceberia o quão ansiosa estaria, e debulharia-me em comidas e lágrimas, estas últimas, salgando o bolo, o bolo não adoçando meus pensamentos. 
  Mas ainda sim quero o bolo. (:

Descobertas e sorrisos.

Quantas vezes já pensei em tirar minha vida...
Quantas vezes pensei em desistir dos passos caso não dessem certo...
Quantas vezes pensei em voltar pro mundo obscuro perdido...

   Então me lembro, não da dificuldades que tive até chegar aqui, mas quão belo e saboroso é experimentar o caminho da felicidade e dos sonhos, das conquistas, mesmo que pequenas; dos atos de generosidade - comigo mesma. Das minhas festas particulares que só tem eu.
   São nesses momentos em que me sinto livre para ser eu mesma, sem medo da vida, dos sonhos que construo e vejo como são lindos, ou de como será minha vida no futuro. Mas eu não preciso me preocupar em ficar bem, só preciso me preocupar em não ficar tão mal. É claro que momentos de tristeza virão. Mas é como uma folha em branco e um ponto no meio dela. Posso enxergar o ponto como algo pequeno, na imensa folha em branco, ou posso dizer que aquele é o defeito da folha. É claro que momentos de dúvida, incerteza, fraqueza virão, mas é só lembrar que eles passam.
   As dúvidas servem para nos permitirmos a ter diversos pontos de vistas sobre um mesmo assunto e nos permitirmos a escolher. As incertezas, para não nos precipitarmos em dar o próximo passo sem antes ter a certeza e sentir que aquilo é o mais próximo do certo a fazer. A fraqueza, para nos lembrar de que somos fracos, que não podemos acreditar cegamente na suposta força que temos quando estamos bem, que temos que admiti-la e lutar contra os monstros que expõem nossos medos.
   As coisas estão caminhando muito bem, mesmo que algumas vezes eu me sinta atraída a me retrair e me esconder no meu mundo perdido, mas de qualquer forma estou vivendo no meu mundo, na minha felicidade. Ainda que não sinta-a em todos momentos, sinto a paz invadindo meus pensamentos. Me preocupo, ou me entristeço à toa, algumas vezes. Sei onde encontrar a serenidade que sempre peço, porém sinto-me fraca em andar.
   Mesmo que eu tenha a coragem de não ficar parada, me sinto cansada em ter que andar sozinha (mesmo sabendo que não estou). Essa mania de saber como sair dos piores lugares da minha mente faz com que seja egoísta e não aceite ajuda muitas vezes, ou queira me mostrar corajosa e forte por conseguir caminhar mesmo que cansada.
   Aprendi que sou humana também. Cansei de tentar parecer uma semi-deusa. Preciso de carinho e atenção. Por mais que eu não gosto de admitir minha carência, aqui estou admitindo-a. Sinto falta de conversas reais, de amigo, de horas bobas, de pessoas, de mais vento no rosto ao fim da tarde, vendo o por do sol. Às vezes me canso em inventar músicas sozinha, brincar sozinha, conversar sozinha, observar sozinha, a natureza.
  Talvez por essa carência, eu não saiba muito me dar bem com as pessoas. Por isso me limitei e quase me proíbo em conhecer novas pessoas. Mas acho que eu não sei que não preciso ter uma amizade profunda. Acho que eu só preciso conversar mais, mesmo achando que não seja necessário, mesmo não sentindo tanta falta assim. (Por mais que eu esteja cansada, sempre tive que criar minhas próprias brincadeiras e os diálogos das minhas bonecas)
   Estou me contradizendo nesse quesito de amizade vs necessidade de diálogos. Ao mesmo tempo que queria ter mais amigos, não quero, porque o que tenho me é necessário - acredito ser mais uma vez o monstro do meu egocentrismo querendo me expor, querendo se sentir importante no mesmo nível em que ele é pra mim. Mas vou me curar disso. Vou encontrar meu equilíbrio e parar com essa necessidade boba de pessoas. Se eu não me sinto parte do mundo de ninguém de fora, porque eu deveria querer entrar, entender um pouco e depois ir embora? Isso também pode machucá-los. Isso eu quero evitar. Machucar as pessoas. Acho que vou me dar um jeito, e ficar assim, longe deles, quase invisível. Eles não sentirão vontade, nem falta. E eu posso me reacostumar com poucas pessoas e muitos sonhos no meu mundo.

   Alguns meses atrás, eu tentei mudar essas características que sempre estiveram óbvias em mim. Tentei ser popular, legal, atraente fisicamente, uma pessoa 'normal'. Com isso, deixei de estudar o quanto estudava, de ler, pintar, brincar, de ser eu mesma. Criei uma personagem muito bonita aos olhos de quem conhecia superficialmente. Só que nem eu, nem as pessoas que estavam ao meu lado sabíamos que eu estava morrendo por dentro. Que estava apodrecendo. Comecei a sentir falta de mim (e até hoje ainda sinto - mesmo me aproximando mais), as lágrimas falavam por mim a dor que eu sentia. Aos poucos abandonei a superficialidade e comecei a entender e ver meus erros comigo mesma.  Alguém real me ajudou a sair de onde eu estava, me ajudou a ter os sentidos recompostos novamente: Voltei a viver! Mudanças complexas estavam envolvidas. Mas por algum motivo, eu não tive medo de encará-las, e lutar até me sentir fraca o suficiente pra querer ser carregada no colo. (ainda sinto essa vontade, mas não é justo se ainda sinto um pouco de forças pra me arrastar).
   

 o mais difícil da vida é vencer a si mesmo. o que isso significa? significa abdicar de prazeres momentâneos para colher um e se transformar...