29/07/2013

Palavras e necessidade silenciadas.

   Fugi da complexidade de mim, para entrar em mim mesma. Cansei da minha voz e talvez por isso queira silenciá-la.
   Cansei de proferir coisas que mal sinto e cansei de silenciar o que precisa ser dito.
   Nessa confusão mental, onde pensamentos se alteram rapidamente, onde uma hora quero isso, outra, quero nada, tive uma conversa em voz alta comigo mesma e quase chorei por ter me maltratado, por ter dito o que me vinha à cabeça e não compreendido o que preciso. Ao menos, o corpo se aquietou, os passos ralentaram, movimentos diminuíram. 
   Odiando cada elogio, querendo um abraço. Quase abordando a próxima pessoa que viesse à frente. Odiando olhares que olhavam meu lado físico, mas queria imensamente que alguém perguntasse como eu me sentia. Talvez debulhasse-me em lágrimas, cairia nos ombros e então, depois de cansada, sorriria. Mas a minha fobia não me permitiria. Faria com que eu disse que estava bem, ignoraria o fato de estar explodindo por dentro. Depois, quando chegasse no silêncio do meu quarto, tentaria conversar com as vidas presentes, mas eles não falariam. E no silêncio e escuro, choraria de verdade, choraria como tivesse que ser, choraria pra expor de alguma forma o que preciso ser dito, já que em palavras e a minha voz, cansaram-me. Em outros momentos, não perceberia o quão ansiosa estaria, e debulharia-me em comidas e lágrimas, estas últimas, salgando o bolo, o bolo não adoçando meus pensamentos. 
  Mas ainda sim quero o bolo. (:

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 o mais difícil da vida é vencer a si mesmo. o que isso significa? significa abdicar de prazeres momentâneos para colher um e se transformar...