30/11/2015

Camisa branca

A camisa branca-amarelada
Surrada
No meu guarda-roupa.

Com manchas de lápis de olho,
De batom, de tinta rosa do meu cabelo.

Guardada com afeto,
Perto das garrafas de cerveja,
Com cuidado de algo frágil.

Quando a saudade me invadia,
Corria pr'aquele abraço olfativo:
Me embriagava no aroma de café do teu corpo que nela estava grudada
 Fechava meus olhos e era como se a tua própria pele eu sentisse
Um turbilhão de sentimentos e lembranças rondavam em mim

Eu voava, te abraçava, beijava
Ee voltava pra realidade.
 

26/11/2015

"Quando o inverno chegar, eu quero estar junto à ti."

Sinto falta do afeto,
Do abraço quente
Do olhar carinhoso.

Do beijo na testa
Da mordida na barba
E no sorriso de amor sincero

Sinto falta das mãos delicadas
Finas, rígidas
Segurando-me,
Dizendo: te quero.

As pernas sentem falta
De agarrar seu corpo
Puxar para dentro de mim
E sentir-me unida à ti.

Inconscientemente, conto os dias pra chegar dezembro.
Não são mais as 11 nem as 23 horas que eu espero
São sete, oito, nove, meia-noite, duas horas

No leito, eu oro para que dê tudo certo.
Para na neve, andarmos
Para no aeroporto, eu lhe derrubar com um abraço e sorriso afável.

05/11/2015

Eu estou ficando louca.
Eu estou matando meu tempo por horas, e dias na semana. Estou sem tempo para estudar violoncelo, estudar análise, história da música, percepção, ler Cem Anos de Solidão, Guerra dos Tronos, Nana, Beelzebub, preparar alimentos veganos, jogar, descansar em paz com a mente sussurrando: "Missão Cumprida". E ao mesmo tempo, me sobra tempo pra morrer de preguiça, pra passar uma hora na frente do facebook ou sites de humor para "descansar um pouquinho da rotina". Mas depois desse período de falso descanso, minhas tarefas estarão me esperando, agonizantes.

Ok. O que precisamos fazer?
Ter objetivo? Checked.
Ter tabela com horários? Checked.
Ter disciplina para cumprir os horários, e tarefas? Failed
Ter saúde para se sentir disposto a realizar? Failed

 Pronto.

07/10/2015

Imediatismos

Me dizem que namoro à distância não funciona. Me dizem que comer lento não funciona, que escutar a música preferida incansavelmente, não é chato.

Isso porque são imediatistas. Querem se consumir no âmago do prazer. Querem o amor todo dia, durante os primeiros meses; e no resto da vida já não querem mais. Querem se consumir no prazer gastronômico de doces e sódio em fartura, mas esquecem que a comida branda é que alimenta. Querem o ecstasy da música favorita, mas em uma semana se consome e cansa os ouvidos.

Eu quero minha vida em câmera lenta e quero que ela seja viva para mim:

Quero que o amor seja e esteja para nós por todos os anos até eu morrer, te vendo todos os dias ou não. Assim, me possibilito em te amar todos os dias, e ter supresas ao ver teus olhos, ao ouvir tua vez, sentir tuas mãos em meu corpo, sentir minha boca na tua. E meus pés abraçando os seus quando estes estiverem frios.

Estou aprendendo a não misturar tanta comida pra perder o sabor. Estou redescobrindo meu paladar, e os doces que eu tanto gostava se tornam enjoativos.

Minhas músicas preferidas, escuto-as com cautela.
Deixo a saudade bater, assim posso usufruir da arte como forma de abster-me dos prazeres da carne e deixar deliciar-me pelo calor das palavras silenciadas que a música proporciona.

03/09/2015

Lamentos

Todo aquele caos que eu permitia, corria em minha mente. E minha sanidade começava a baixar. Eu precisava me manter intacta, eu precisava me manter sã. Afinal, a sanidade era a única que me levaria ao mar.

Porém, o silêncio era minha arma para conseguir o êxito em meus estudos.
O que eu fiz de errado? Onde falhei e desde quando falhei para que minha decadência surgisse aos poucos em minhas mãos?

Como poderia prosseguir sendo que eu não tinha a quem me olhar de outras maneiras diferentes. Se os pontos de vistas que me olhavam eram superficiais?

Eu iria criar amigos imaginários novamente? Comecei pela Malu, a qual já sinto falta quando não a levo comigo. Eu tomaria calmantes para apaziguar o caos dentro de mim? Iria correr nas ruas até minhas pernas cansarem e depois voltar para casa? Faria algum tipo de terapia ou luta pra poder deixar o corpo cansado e a mente dormente?

De que maneira eu  iria me acalmar? Sendo que o desespero estava à flor da pele, meus ouvidos engatinhavam para ouvir a voz de Deus, e a sua voz tem se tornado tão distante.

E de repente, me sinto num mundo silencioso, onde minhas lágrimas pingam em meu coração como se fossem cavernas abissais. E de repente, eu queria ouvir toda a verdade, e saber se o que eu vivo é verdade, se eu posso ser uma parte da verdade. O que acontece?

Eu continuo  nos meus sonhos e firmes em minhas vontades. Procuro o melhor modo de realizá-las. Gostaria de entender minha capacidade e exercê-la melhor. Quero descobrir e exteriorizar meu ser verdadeiro. Onde posso romper a casca? Mas já é hora?

31/07/2015

e se no silêcio me distraio, com quem mais posso fugir para mundos? minha criança se perdeu com a tua, tornamo-nos tão adultos, e onde estão nossos brilhos e suspiros?

meu querido amor, não se esqueça, a minha existência é para Deus e nós. não nos abandone, nem esqueça. se por um momento tu perder a cabeça, nos chame. seja a qualquer dia da semana, e seja lá quantos mil dollares for a passagem, vou pra te ver, te acariciar. acordar em francês do teu lado e te deliciar em litros de maple.

não nos abandone. confie em tudo o que vivemos, e no que sentimos. até comprei a malu pra ser minha nova amiga.

Alguém viu a Mariana?

Mariana,
se alguém te viu
me chama.

Quero ver sua personalidade fluindo
E meu bem, tão pequena.

Mariana,
se alguém te viu
apareça
para que em noites de lua clara
teu olhar amigável me aqueça..

Mariana,
se teu marido a levou
mando um beijo pros filhos teus.

E outra coisa, Mariana,
meu amor esteve sempre aqui
Se parti, menina estranha
foi para não lhe ferir.

11/06/2015

o que eu vejo no corpo? mudança ou ilusão de ótica?
o que eu vejo na minha história? crescimento ou ilusão de ótica?

como m'apartar de toda visão distorcida e encontrar a realidade?
metade de junho soando como uma alucinação de dezembro.
aquele calor insuportável, e todas questões estranhas soando minha mente:
será que eles me amam? será que eles ficarão comigo? será que tudo isso não é apenas uam história que está girando apenas na minha cabeça? será que o que ele me contou irá acontecer, ou era ilusão? ou era outro romance que eu estsava lendo?

c'est la meme chose.

meus dedos cansados, minha mente vagando entre estudos e realidade.
já é mais que claro, que, a felicidade está acontecendo. agora. e aos poucos. e aos poucos ela se dissipa, transforma-se numa saudade aterrorizante, fico melancólica. fico calada.

todos os mundos acontecendo dentro de mim, e eu me acontecendo em nada.
num pedaço de madeira com fios metálicos estirados vou me perdendo. nos harmónicos produzidos e nas notas desafinadas vou me acalmando. e no teu cheiro que ficou no meu quarto, me abandono em saudade.

28/05/2015

Águas oceânicas

Éramos como a água.
Eu, transparente, mutável de forma e adapteável ao que viria,
Você, complexo e pesado com as fundas águas do oceano.

Eu, apenas um riozinho solitário,
Chorando minhas águas entre as pedras e barrancos
Tu, como um mar superior - sem começo nem fim
Sem precisar de habitação.

O que seria de mim quando desembocasse em ti?
Seria como grãos de areia na praia,
Faria-te cócegas ao passar pelo teu meio,
Tu me levaria mais e mais longe da costa,
Me perderia no centro da tua essência
E assim, ficaria esquecida.

Longe do porto seguro em que mantinha aquecida.

15/05/2015

muitas vezes creio que não deveria ter saído das minhas histórias de livros favoritos. afinal, ao tirar os olhos das páginas, me perdi nos seus olhos, que me deixaram completamente perdida na realidade.

12/05/2015

às vezes dói tanto que eu só queria ficar debaixo das cobertas abraçada com meu ursinho, sendo afagada por mãos carinhosas. mas a realidade vem, dá um chute na cara dizendo que tenho que acordar pra vida.

28/04/2015

aquilo já estava revirando tanto meu estômago
que, não aguentei.
peguei a lapiseira mais próxima - claro que era a minha azul favorita -
levantei delicadamente minha blusa.
com o toque gelado dos meus dedos, procurei minhas costelas - envolvidas numa grossa camada de gordura.

deixei a ponta da lapiseira querendo cravar o meio das minhas costelinhas - tudo voltaria à tona: meus erros, meus monstros, minha incapacidade de ser melhor aluna, melhor filha, melhor namorada, melhor amiga.

aquilo era minha decadência, depois de tantos anos na luta pra melhorar de situação. é claro, que em breve, a anorexia, bulimia e tentativas de suicídio voltariam. o corte na costela seria o gatilho pra morte.

era questão de segundos eu colocar um pouco mais de força na lapiseira pra que pudesse começar aquele ritual maldito, faltava pouco pro sangue começar a aparecer, minhas lágrimas rolarem frias no meu rosto, meu óculos ficarem embassados, e eu, estática, hipnotizada pela dor.

por sorte eu acordei, ouvi o barulho do motor do carro, e a voz da minha mãe. eu estava à salvo.
tudo aquilo não passou de um sonho/pensamento.

por mais que doasse por dentro, eu não ia exteriozar das formas mais patéticas que possam existir. eu estava/estou aprendendo a engolir a seco, e saber esperar as coisas acontecerem por milagre.
já não cabe à mim sonhar ou querer algo. tudo está fora do meu controle. só entrego, e espero os dias passarem. e como dizem: - e aí, o que fazemos da vida? - vamos vivê-la." hm, daora hen. oh. supimpa.

08/04/2015

 numa clara noite, entre barulhos,
me perdi no silêncio e na solidão em que a lua brilhava.
o céu estava tão limpo
que as estrelas lembravam-me das pintas espalhadas no teu corpinho
teus olhos estavam reluzidos na lua.

sem qualquer resquício de nuvem,
aquilo era o meu amor
límpido e puro,
branco para ser colorido por tua vida nos meus dias

tudo estava perfeito
o céu, estrelas, a lua
e meu amor latente
sorrindo
acaraciando
 beijando 
saudade.

07/04/2015

Masaharo Tanigushi

"O amor mais sublime é o que evita tocar na parte mais vulnerável do outro. O amor não consiste em realçar o ponto negativo do próximo para corrigi-lo, mas sim, em não tocar na sua ferida. O amor consiste em encobrir carinhosamente essa ferida e contemplar com os olhos da mente a perfeição oculta por trás do aspecto imperfeito."

03/04/2015

Fragmento músical sobre...

" Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol."   
- Jalaluddin Rumi

11/03/2015

mudanças. cada vez mais e maiores

hoje foi um dia atípico. um dia de impulso para mudanças. uma miscelânia de felicidade, motivação e claro: medo. medo de fracassar, medo de cair, medo de não conseguir. um passo de cada vez, passo de adaptação, passo de fortalecimento e finalmente o passo pra cruzar as metas. e esqueça os medos. os medos nos impedem mais de fazer algo, mais do que as verdadeiras possibilidades.

metas, disciplina, mente focada e tranquila. agradecimento, paz e felicidade. 

não é difícil. uma coisa de cada vez. um foco, meu foco. meu corpo, minha mente. (x é só o começo, mas o começo de muitas coisas ótimas.

running, eating good, studying, being happy <3

09/03/2015

Sonhos bizarros - incluindo o Chapeleiro Maluco e a Rainha de Copas.

    Era um jantar peculiar. Eu e o Chapeleiro Maluco. Porém, quem veio no seu lugar era a Rainha Copas. Eu estava um tanto quanto assustada - é claro que era iria cortar minha cabeça. Estava à espera que uma faca perfurasse minha gargante e dissipasse minha cabeça.
   Entretanto, naquele dia, ela estava com bom humor e aberta à qualquer tipo de conversação. Meio desconfiada, sentei-me à sua frente numa pequena mesa quadrada, com luzes amarelas à nossa volta. Seus olhos começaram a hipnotizar-me, e comecei a ficar tranquila e despreocupada. Foi quando o Chapeleiro Maluco entrou no restaurante preocupado comigo. Fui em sua direção:

   - Oh, querido. Advinhe com quem estou jantando!
   - Não vá me dizer que é com aquela louca, imunda da Rainha de Copas...
   - Exato! Mas ela está acessível, venha jantar conosco.

    É claro, que no momento que meu Chapeleiro Maluco sentou em meu lado, a Rainha começou a espumar pela boca. Procurou suas cartas do baralho, estava pronta para gritar: "COOOORTEEM AS CABEE..", então o Chapeleiro interviu:

   - Vamos resolver isso de uma vez por todas! Eu não lhe pertenço, Rainha Vermelha - Como se tu fosses muito importante para ser chamada de rainha. Eu tenho minha liberdade, irei embora com minha pequena Alice. Rainha Vermelha, você é uma farsa. Se quiser, faço alguns chapéis para pagar a dívida estúpida que tenho contigo, mas não aceitarei mais essa condição de realidade fingida. Você deve aceitar os fatos. E o fato é que estou partindo.

   Ele levantou, pegou minha mão esquerda e fomos embora.
   Dormi um sono profundo. Acordei ouvindo a voz do Chapeleiro: "Estamos combinados. Dez chapéis por mês, contanto que me pague a quantia de 700 cubos de açucar." - "Sim, eu os envio pelo Rei. - Não quero mais ter contato. Adeus"

   Delicadamente, sentou-se na beira da cama, pegou minha mão e disse, lentamente:
   - Pronto minha pequena Alice, estamos livres para procurar outras tocas de coelhos. - abaixou-se, beijou a ponta do meu nariz, que estava gelada, cobriu-me com o edredom branco, e dormi novamente, com um sorriso de liberdade.
 
   

07/03/2015

    Olhou-me por todos os lados que poderia.
    Eu era frágil, como todas as outras. O que tinha de especial em mim? Nada. Pelo contrário, eu possuía vários espinhos pontiguados envolta do corpo, que poderia disperçar qualquer aparência bonita que eu havia dentro de mim, poderia repelir qualquer ser que ousava chegar perto. - Aquelas eram cicatrizes de coisas que eu havia feito, porém não lembrava os motivos.
    Será que minhas pétalas seriam bonitas o suficiente pra sobressair os espinhos que criei durante a vida? Ou será que os espinhos seriam a parte mais chamativa em meu corpo?
  As brisas passavam, sol, chuva, frio e noite.. Eu me esforçava para desabrochar cada vez mais bela em todas as manhãs ~ porém eu ficava resistente contra a natureza. Eu queria ser delicada, e ao mesmo tempo não poderia ser tão frágil. Os espinhos cresciam mais vigorosos que a corola.

   Em uma das manhãs em que acordei, sentia um dor nauseante, uma fraqueza intensa - teria eu perdido os espinhos e estaria me tornando a mais bela do jardim? - Pensar assim era um erro.
   Um ser, de estatura média, havia pisoteado meu pedúnculo, arrancou alguns espinhos e uma das petálas de cores mais vivas...

  - Você nem se atreva a fazer isso outra vez. Não quero mais que more aqui, vá embora. Você quebrou muitas coisas, você quebrou minha proteção e as coisas que mais gosto. Já não é digno de receber minha atenção, vá embora. Não ouse voltar aqui outra vez. Se voltares, irei usar meus espinhos contra ti para ferir-lhe e irás sangrar.
  - Meu bem, me perdoe, foi um ataque de loucura. Eu a amo, não poderia deixar um dia de observar tuas cores.
  - Não.. ouse.. tocar em mim novamente. - Minhas lágrimas corriam, caíam na terra. Minha raiva era grande. Meus espinhos não me protegeram, o que eu faria? Eu era tão frágil, mesmo que possuísse aqueles espinhos horríveis envolta do corpo. Queria apenas ser bela e ter a tranquilidade. Porém, eu era perseguida pelas minhas pétalas - e toda a minha história poderia ser finalizada com apenas um golpe.

06/03/2015

Corrida e afins.

   Nhom! Hoje, 06.03.2015 voltei a correr (: Minha corrida não foi uma das melhores, mas foi alguns primeiros passos para mudanças maiores! Corri e caminhei, intercalando de 100 em 100m. ~ obs: estava chovendo quando saí de casa, estava fresco, tudo contra, pra eu ficar em casa. Mas corrida é algo que eu preciso manter. Mantém minha mente longe de mim, do mundo e de pessoas.  {lembrando que tem maratona em outubro, e irei participar xD}
     Estávamos ali: eu, a lua, a garoa, tênis, calçada molhada. Minha mente concentrada em cada passo, na postura, respiração e metas. Quanto mais o chão passava, mais eu procurava as marcas no chão indicando a distância. Quanto mais eu corria, mais esperava o tempo que iria descansar. Até que comecei a ter dores embaixo da costela direita, e uma crise horrível de tosse. Mesmo assim, continuei por quase 1km.. Até que chegou num ponto que meu corpo não respondia mais. Precisei sentar e me acalmar. Nem minha respiração eu conseguia controlar. Esperei passar. Caminhei mais uns 300km e fui embora.
  Subi correndo os 64 degrais até chegar no meu apartamento. (:
  Fiz uma janta supimpa, e comecei a fazer meu tão esperado leite de soja. (:

03/03/2015

Sol, lombadas, sph.

Eu te vi. Você me viu? No mesmo ponto de ônibus... Minha conterrânea.
Sem perceber, meu coração pulsou mais rápido quando (não) vi seus olhos sob os óculos escuros e sua cara de emburrada.

Eu te chamaria pra pegar uma carona comigo? Eu não te conhecia. Você me conhecia?
Uma conversa. Psiciana de fevereiro - na minha cabeça, psicianos só existem em março, mas gostava dos seus poemas. ><.

O carro passou rápido demais. Na próxima lombada eu havia esquecido seu nome.. Sophie.. No radar eu já havia esquecido o seu .. Sph.. No pedágio eu me distraía com livros. zzZZZz

22/01/2015

Férias contraditórias

Sozinha numa casa que eu não sentia que me pertencia mais...
Parada no vão da porta, olhando pra bagunça de papéis, louças, mesa desarrumada do almoço, roupas espalhadas... Não havia um lugar sequer que estivesse arrumado.
Um paradoxo: eu queria organizar aquele caos visual, era uma necessidade latente. Mas é aí? Eu nem morava mais ali, e quem morava pouco se importava com a bagunça. Na verdade, bagunça já era hábito. Ser miserável já era um hábito. Trazer papéis da rua e deixar sobre os armários, usar a louça e deixar em qualquer canto da cozinha, roupas pareciam que não tinham onde serem guardadas.

O que eu poderia fazer pra melhorar aquilo tudo? Ignorar, sentar na varanda, lendo livros pra que me deixem ocupada?

Quanto tempo minhas férias durariam naquele lugar? Ao mesmo tempo que eu tinha breve nostalgia de ter tudo fácil e na hora em que eu queria, eu sentia falta da minha casa arrumada e ter um trabalho delicioso ao preparar tudo. Dos móveis intactos em seus lugares milimetricamente postos sobre os pisos...

Eu deveria fazer alguma coisa por aquela casa e por aquelas pessoas?
Elas não mudariam seus hábitos. Elas tinham muita pressa. Era a vida contra o relógio.
Afinal, eu amava aquelas pessoas, mas gostaria que elas mudassem esses hábitos degradantes.

Uma casa arrumada é um sinal de boas-vindas. Dá prazer em sentar no sofá, ou na mesa da cozinha para estudar. Dá prazer em cozinhar, com as cortinas semicerradas, a luz pálida do sol invadindo a cozinha, pelas frestas da cortina de renda... Dá prazer em tomar suco de laranja com pedras de gelo, batendo no copo, lendo um bom livro. Dá prazer em curtir um ócio, olhando para a ordem.

A realidade era que, aquilo tudo, não passava de um transtorno que minha cabeça queria voltar a recriar. Eu não tinha mais o direito de interferir. Eu precisava de férias organizadas. Eu precisava novamente do meu quarto, com o cheiro próprio do meu corpo e da estante de livros. Eu precisava ver minhas roupas organizadas por cor, e enroladas meticulosamente nas gavetas. Precisava ver meus talheres, canecas...

14/01/2015

Um corpo ausente
Perdido no meu próprio espaço
Quem sou eu? Onde me perdi?

No meio de uma relva escura
Entrego minha respiração
No silêncio que me sufoca
Monstros adiam minha felicidade

O peso da dor paira sobre meus ombros
A caminhada é lenta...

No silêncio disso tudo
Não permito que ninguém mais me iluda

A relva
Eu
Solitárias.

Natureza à minha volta
O que se passa?

Quem sou? Onde estou?

Longe da civilização
Sinto-me selvagem à minha própria maneira
Miscigeno meu corpo às águas iradas
Silenciando-me sem dizer adeus

Deitada a verde e baixa grama
Permito que meu espírito dissipe-se com o vento
Lentamente deixo meu corpo...

Quem sou eu?

04/01/2015

Nada melhor do que realizar o sonho agora. 
Por quê agora?
Porque o agora é o melhor tempo de se fazer as coisas.
Porque o agora é quando se tem saúde, quando se tem disposição. E se o dinheiro faltar... Calma, isso é o de menos.

Porque o agora está inflamado de amor, de esperança, de tudo de bom que se possa imaginar. Por que adiar a felicidade? Por que adiar sonhos que podem aos poucos se tornar realidade e pode ser a mais linda realidade que viveremos!?

É claro que teremos de enfrentar algumas coisas complicadas com nossa convivência diária. Mas estaremos maturos suficientes pra encarar isso, muito bem.

Carta de amor e saudade

Querido Lobinho.

Você não faz ideia do que eu sinto falta em lhe sorrir e amar
Com olhos doces sonhar longas aventuras à beira mar

Se eu pudesse, já teria ido embora,
Com minhas malas, você e sua moto
E na viagem, lhe abraçaria tão forte
Que o vento levaria minhas lágrimas embora
Poderia viver livre e verdadeiramente tudo aquilo que eu sonho antes de dormir...
Não precisaria chorar de medo ou saudade,
E sim de alegria e felicidade que não caberia no meu peito.


Pinheirinho menino
Homem da barba volumosa
Se quando o tempo for nosso amigo
Eu lhe peço para que não deixes que a distância me leve de você novamente
Lhe peço que me deixes lhe amar livremente
Acariciar seu corpo sem pressa que o despertador nos acorde pra realidade
E podermos finalmente viver o que sentimos e sonhamos.

Com amor,
C.


 o mais difícil da vida é vencer a si mesmo. o que isso significa? significa abdicar de prazeres momentâneos para colher um e se transformar...