silencio a boca, mas a mente continua agitada. 

planos.

dias e horas passam, escorrem, 

me carregam consigo 

e quando percebo, já perdi a consciência. 

mas que diabos é essa mente instável que se distrai com qualquer coisa? 

já é de meu conhecimento que a mente divaga. 

agora, nesse silêncio penetrante de uma quarentena, 

percebo esse velho hábito da inconstância, 

da falta de planejamento. 

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quase como a mente de um gato, que se distrai com qualquer papelzinho que vê no chão, eu me deixo levar por essa mente etérea. mas ah! uma coisa é certa: no meio de tudo isso há sombras que não querem ser encaradas. é assim que a mente está criando desculpas pra não silenciar e permitir a exteriorização do Eu verdadeiro. são tantas as desculpas. são tantas as distrações. 

me parece que todo controle que eu posso ter desse ser humano (des)integral esvai pelos vãos dos dedos. me deixa nua, me deixa exposta, perdida no deserto da ilusão. dunas de areia cobrem meu rosto da verdade. 

e sabe de mais uma coisa? nisso tudo também há cobrança. a cobrança pelo ser ideal. por quê eu tenho que estar produzindo? por quê eu tenho que estar estudando? porque esse grande sonho permeia minhas meditações, e pensamentos sendo que a vida de realizações e conquistas acontece no silêncio de uma meditação profunda e não pelos títulos acadêmicos ou pela quantidade de dinheiro que há em minha conta.

é que sempre depois de uma meditação profunda, vem os insights. depois que um suposto ser que chamo de eu, teve uma suposta iluminação, dá vontade de viver, de viver coisas diferentes. é partindo dessas vizualizações e especulações do futuro que se cria toda a vontade de correr atrás dos sonhos. querer viver a abundância da vida e da manifestação material. a abundância da ajuda, de compartilhar a felicidade, de continuar evoluindo, de continuar se conhecendo a nível material. a abundância de saúde, de qualidade de vida. de trabalho. de amigos. de títulos acadêmicos. de natureza. de verdade.

está tudo bem. é um processo evolutivo. o objetivo da vida não é o destino, mas sim o caminho. é no caminho que se constrói a vida.