18/04/2020



continua sendo uma dor morar nesse corpo.
continua sendo uma dor tentar acompanhar essa mente inquieta, que me ilude.
até aqui tudo se perde.
como dissernir o eu do ego?
como saber o que é real no campo da existência e da materialidade?
sendo que tudo está fundido, sem uma perspectiva real pra tirar a prova real do que é o real.

hoje foi um dia dolorido.
daqueles dias que contemplo o céu azul lá fora, mas dentro de mim está cinza, está negro e palpitante.
não tanto. às vezes surgem uns pirilampos coloridos.
mas o padrão da mente continua a me arrastar pro fundo do poço.

se sento em meditação, lágrimas correm em meu rosto, falta-me ar.
me perco. me encontro na respiração. me perco novamente.
dou um sorriso amarelo no canto da boca pra lembrar que a mente é divagente e retorno minha consciência na âncora.
pratico o auto respeito.
pratico o auto amor e a auto compaixão.

pobre deste corpo que sofre fisicamente de todas as ilusões que a mente cria, 
que a mente cobra para ser assim ou assado,
que a mente maltrata.
que a mente faz de escravo das suas artimanhas.

como cuidar desse corpo, como cuidar desse templo para receber com carinho e paciência a maturação do ser?

a ansiedade por compreender o caminho, a ansiedade por sentir o ser completo vai perdurar machucando esse coração frágil. tudo é mais simples. tudo é mais sutil. a vida pulsa aqui, na minha frente, nessas floras, nessa árvore que toca o vidro da janela, nas passadinhas do gato que mora comigo. porquê temer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 o mais difícil da vida é vencer a si mesmo. o que isso significa? significa abdicar de prazeres momentâneos para colher um e se transformar...