Era uma garota normal. Não tinha nada de especial.
Não até eu mergulhar nos seus olhos profundos e penetrantes.
Induzido pela fumaça até sua boca.
Fui hipnotizado por seu rosto.
Me empalideci quando meus pensamentos atormentavam-me
Para ir falar com aquela guria esquisitamente normal.
- hehe, oi criança. faço sim. - desenhei um sol, nuvem, árvore, pássaros.
- que feio. isso é chato.
... desenhei algo qualquer que vinha de minha imaginação. um monstro, um pássaro, tudo no mesmo desenho. ela me olhou espantando, olhos lacrimejantes
- é o desenho mais lindo que eu já vi.
saiu correndo com a folha na mão. parecia que voava com meu pássaro que voou.
as cosias voltam a perder a magia.
não vejo as coisa tão diferentes.
são apenas coisas.
nada é diferente, nada pode modificar.
talvez eu precise ficar num lugar distante pra mudar minha visão de vida.
ou talvez voltar a vivê-la.
o que estou procurando?
o que estou mentindo,
escondendo de mim mesma?
parece que sempre precisarei de coisas agindo diretamente no psicológico.
grande coisa me tornei.
o que me tornei mesmo?
o que eu existo?
quem eu existo?
o que existo?
Naquela noite, entre meus delírios e realidade, eu não lembrava de muita coisa.
Eu não reconhecia muitas pessoas.
Mas quando começou a tocar, eu lembro que você virou pra mim e disse junto com a música - ''My heart is blue, My heart is blue for you'' - então soltei um sorriso do tamanho do meu mundo e fritei com a música.
Entre essa e tantas outras músicas que só decifrava certos trechos, minha cabeça fervia. Eu ainda queria mais. Eu queria ferver mais, eu queria explodir. Eu queria me conhecer naquela noite. Conhecer o meu máximo.
( Era uma dança louca, meu corpo acompanhava de qualquer forma as batidas do baixo. Era uma dança insana - acabei de ter um dejavu descrevendo essa cena e minhas lembranças do dia - queria me perder na luz negra, luz que iluminava minha saia, e refletia algo completamente louco. Eu queria ficar me perder. Eu ainda quero. Mas me perco em mim todas as noites. Todas as noites eu vejo coisas)
Por sorte ou não, você estava cuidando de mim, para que meus monstros não saíssem. Mesmo assim eles apareceram algumas vezes.
Só deixo um aviso: Não tenham medo de quem possa sair de mim, ou de quem eu posso me tornar, ou o que eu posso declarar ser. Simplesmente me deixe ser, deixe estar, deixa fritar, deixe matar ou morrer. Onde está minha força pra fugir, pegar minha grana e sumir. Qualquer carona, qualquer comida, qualquer droga que aparecer na minha frente. Onde mesmo eu estive últimos dias? Quem mesmo me tornei e estou me tornando?
Chega disso. Só quero viver. (Pra alguns, esse modo é errado, pra outros certos.. Pra mim é incerto. Uma criança querendo descobrir todas possíveis formas de mundo)
