22/01/2015

Férias contraditórias

Sozinha numa casa que eu não sentia que me pertencia mais...
Parada no vão da porta, olhando pra bagunça de papéis, louças, mesa desarrumada do almoço, roupas espalhadas... Não havia um lugar sequer que estivesse arrumado.
Um paradoxo: eu queria organizar aquele caos visual, era uma necessidade latente. Mas é aí? Eu nem morava mais ali, e quem morava pouco se importava com a bagunça. Na verdade, bagunça já era hábito. Ser miserável já era um hábito. Trazer papéis da rua e deixar sobre os armários, usar a louça e deixar em qualquer canto da cozinha, roupas pareciam que não tinham onde serem guardadas.

O que eu poderia fazer pra melhorar aquilo tudo? Ignorar, sentar na varanda, lendo livros pra que me deixem ocupada?

Quanto tempo minhas férias durariam naquele lugar? Ao mesmo tempo que eu tinha breve nostalgia de ter tudo fácil e na hora em que eu queria, eu sentia falta da minha casa arrumada e ter um trabalho delicioso ao preparar tudo. Dos móveis intactos em seus lugares milimetricamente postos sobre os pisos...

Eu deveria fazer alguma coisa por aquela casa e por aquelas pessoas?
Elas não mudariam seus hábitos. Elas tinham muita pressa. Era a vida contra o relógio.
Afinal, eu amava aquelas pessoas, mas gostaria que elas mudassem esses hábitos degradantes.

Uma casa arrumada é um sinal de boas-vindas. Dá prazer em sentar no sofá, ou na mesa da cozinha para estudar. Dá prazer em cozinhar, com as cortinas semicerradas, a luz pálida do sol invadindo a cozinha, pelas frestas da cortina de renda... Dá prazer em tomar suco de laranja com pedras de gelo, batendo no copo, lendo um bom livro. Dá prazer em curtir um ócio, olhando para a ordem.

A realidade era que, aquilo tudo, não passava de um transtorno que minha cabeça queria voltar a recriar. Eu não tinha mais o direito de interferir. Eu precisava de férias organizadas. Eu precisava novamente do meu quarto, com o cheiro próprio do meu corpo e da estante de livros. Eu precisava ver minhas roupas organizadas por cor, e enroladas meticulosamente nas gavetas. Precisava ver meus talheres, canecas...

14/01/2015

Um corpo ausente
Perdido no meu próprio espaço
Quem sou eu? Onde me perdi?

No meio de uma relva escura
Entrego minha respiração
No silêncio que me sufoca
Monstros adiam minha felicidade

O peso da dor paira sobre meus ombros
A caminhada é lenta...

No silêncio disso tudo
Não permito que ninguém mais me iluda

A relva
Eu
Solitárias.

Natureza à minha volta
O que se passa?

Quem sou? Onde estou?

Longe da civilização
Sinto-me selvagem à minha própria maneira
Miscigeno meu corpo às águas iradas
Silenciando-me sem dizer adeus

Deitada a verde e baixa grama
Permito que meu espírito dissipe-se com o vento
Lentamente deixo meu corpo...

Quem sou eu?

04/01/2015

Nada melhor do que realizar o sonho agora. 
Por quê agora?
Porque o agora é o melhor tempo de se fazer as coisas.
Porque o agora é quando se tem saúde, quando se tem disposição. E se o dinheiro faltar... Calma, isso é o de menos.

Porque o agora está inflamado de amor, de esperança, de tudo de bom que se possa imaginar. Por que adiar a felicidade? Por que adiar sonhos que podem aos poucos se tornar realidade e pode ser a mais linda realidade que viveremos!?

É claro que teremos de enfrentar algumas coisas complicadas com nossa convivência diária. Mas estaremos maturos suficientes pra encarar isso, muito bem.

Carta de amor e saudade

Querido Lobinho.

Você não faz ideia do que eu sinto falta em lhe sorrir e amar
Com olhos doces sonhar longas aventuras à beira mar

Se eu pudesse, já teria ido embora,
Com minhas malas, você e sua moto
E na viagem, lhe abraçaria tão forte
Que o vento levaria minhas lágrimas embora
Poderia viver livre e verdadeiramente tudo aquilo que eu sonho antes de dormir...
Não precisaria chorar de medo ou saudade,
E sim de alegria e felicidade que não caberia no meu peito.


Pinheirinho menino
Homem da barba volumosa
Se quando o tempo for nosso amigo
Eu lhe peço para que não deixes que a distância me leve de você novamente
Lhe peço que me deixes lhe amar livremente
Acariciar seu corpo sem pressa que o despertador nos acorde pra realidade
E podermos finalmente viver o que sentimos e sonhamos.

Com amor,
C.


 o mais difícil da vida é vencer a si mesmo. o que isso significa? significa abdicar de prazeres momentâneos para colher um e se transformar...