quase um silêncio

bem baixinho

escuto teu sorriso e

lhe digo boa noite.

diálogo solitário: VII

(gaita) e então, eu estou aqui, trancada talvez em um mundo, que ninguém pode me ouvir por mais que eu grite, por mais que venha pessoas aqui - olhe, elas estão vindo para cá, eu realmente não sei, eu não gosto realmente de pessoas, e mesmo assim me sinto um poco incomodada. eu me sinto incomodada. eu não gosto. eu realmente não gosto disso.
prefiro falar sozinha ao invés de ter pessoas me olhando, e talvez bem, eu perdi o meu discurso, eu perdi o meu discurso. elas estão vindo para cá não elas não estão porque as pessoas são egoístas as pessoas são egoístas elas não olham para outras pessoas. mesmo, e se, por acaso, eu estivesse realmente sozinha, talvez, bem, num apocalipse zumbi ou qualquer outra coisa que seja em uma parte devastada. por que eu deveria me ouvir ainda porque eu deveria escutar a minha voz por que eu deveria escutar barulhos?... talvez escutar seria uma forma de saber que se está viva talvez.. eu nunca escutei barulhos no meu não meu sonho... é isso! pronto, descobri. agora sei como saber se estarei sonhando ou não agora eu sei, eu posso descobrir, eu encontrei... ah! eu não estou escutando nada agora

Rascunhos resgatados - II

      [Ao mesmo tempo que me explodo em uma festa, momentos depois lembro-me onde é meu lugar, e implodo novamente. O silêncio, as notas, fotografias, mundos inteiros que crio dentro de mim precisam retornar. Preciso voltar para o meu pequeno conforto: minha mente.

     Todos lugares que pertenço parcialmente são onde quero estar. Mesmo que meus sonhos me levem a lugares distantes (permitindo ter a esperança de um dia mais magnífico do que vivo e sinto) permaneço aqui, pois isso é o que vivo, é o que tenho para viver, é a oportunidade certa para meu desenvolvimento e aperfeiçoamento.

      Tudo o que me é emprestado para que eu possa usufruir me vêm de muita boa serventia e prezo muito por todas elas.]

Rascunhos resgatados

  [Eu tinha minha solidão; era o meu mundo, meus medos e conformidades. Era uma vida praticamente superficial, inexistente. Algo fútil, sem profundidade.
  Você reapareceu, pegou minha mão, minhas malas, me levou dali. E só por isso eu não permito que me deixe em qualquer lugar do mundo, porque você é o principal responsável por me fazer querer voltar a viver de novo. Eu não me permito mais ficar triste ao teu lado, porque ainda não posso te ter todos os momentos aqui. Eu não me permito deixar de retribuir isso tudo de alguma forma.]

- Você é bem quieta né?
- Hm... Sim.
- Se não puxar assunto com você, você nem fala nada?
- É.
...
- Você é namorada dele?
- Não, somos apenas bons amigos.
- Sempre vejo vocês juntos, e quando isso acontece, parece que só existe aquele mundo.
- Sou assim quando tenho uma amizade verdadeira e que valha a pena se entregar.
- Ah, achei que eram namorados.

x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x

- Você é muito sexy tocando.
- Isso seria um elogio?
- Sim.
- Peculiar. (e a falta de coragem pra falar o que é certo)
- Quando vocês estão juntos é como se criassem uma camada protetora onde ninguém mais pudesse ultrapassar, fico com receio em falar com você quando ele está por perto.
- Não é proposital. Qualquer pessoa pode vir falar conosco.
- Não é o que parece.

   '' A melancolia pela qual você está passando é o vício que vive dentro de você. Quanto mais você tenta se livrar dele, pior fica a sensação. Você precisa limpar sua mente, como uma quieta e tranquila superfície d'água. Uma mente sem um único vestígio se quer de sombras.'' - Akane Iro Ni Somaru Saka

Com medo de me fechar,
Estou me abrindo desnecessariamente.
Não quero ser assim
Não sou assim.

Na luta constante entre o mundo externo e o meu,
Escolho o meu.
Mesmo que seja covardia,
Não quero abrir mão disso.

   '' Não sei até quando serei capaz de fugir do teu olhar, ou desviar minha atenção e ignorar - não consigo.'' Mas que seja pelo tempo que for preciso.

Deitados sobre o campo
O frio cobrindo o corpo,
Teus olhos cobrindo minha realidade.
Protejo-me em teus braços.

Sinto agora, o cheiro da grama
O teu hálito perto de mim
E sua doce respiração.

Meus óculos embaçados
Ofuscam o brilho da estrelas
E da lua, que ilumina meus pensamentos,
Ilumina minha esperança:
Onde quer que estejamos,
Eu estarei ali, para ti. 

   Peguemos nossos sonhos, coloquemo-os no baú de uma moto e vamos. As ruas são nossa vida, e lá no fim, a casinha de madeira nos espera. E no meio, escondido de tudo, eu te amarei, amarei como nunca antes. Amarei em sincronia com Deus, com a vida, contigo e com o que sinto.       Tudo em uma unidade.
    Amarei naturalmente, amarei em paz. Mesmo que isso demore, ou até mesmo não aconteça, viverei cada sonho que criamos, viverei, silenciosamente, amando às escondidas, amando seu silêncio e teus olhos, teus cabelos (inconfundíveis) emaranhados, tua seriedade e todos teus sorrisos.
    No meu mundo, você está intacto, o que sinto e as lembranças flutuam nos meus pensamentos. Afundam e voltam, misturam-se com as águas do cotidiano, mas sua nítida imagem surge quando menos espero.

Uma luta contra o relógio,
Introspectiva na minha mente
Deixo de observar, quase deixo de viver
Apenas, suportar.

A incapacidade volta à corroer meus neurônios
Ou seria a culpa por não poder ser o que penso que sou?
(Tu és o que pensa, e não o que pensa que és)

Quero mais. Não ficar presa à esse mundo sombrio novamente.

Muitos inimigos me rodeiam
Com palavras e um cavalheirismo barato,
Com os olhos e palavras provocantes,
Elogiando o que pouco quero que enfatizem.
Querendo-me para seu mundo errado
Para sua morte tão explícita.

Quero meu silêncio e minha vida.
Quero minha tranquilidade,
Quero minhas mudanças sendo efetivas.
Quero o meu mundo, minhas histórias
Meus sonhos, e conforto.

Demian foi-se para sempre,

Que fique no livro, e me deixe em paz. 

O gato, quase disse-me adeus,

Ainda bem que gatos têm sete vidas,

Mas pular do terceiro andar do prédio

Talvez tenha reduzido sua vida pela metade. 

E aos poucos, a solidão quer invadir-me,

Quer retirar tudo o que consegui conquistar,

Mesmo que um pouquinho.

Talvez isso tudo sirva para mostrar que eu não tenho controle de nada

Não tenho controle da minha felicidade e nem de nada mesmo. 

Tudo vai, e algumas coisas vem. 

Às vezes é medo, e quero colocar desculpas em tudo.

Apenas confie e siga o caminho mais estreito e penoso.

Respiro,
Suspiro -
Uma lágrima insiste em cair.

Concentração falha,
Sentindo a navalha
No coração, em um breve disparo.

Passos estreitos
Andando sobre o parapeito
Para encontrar a menor portinha.

A água quente acalma
A mente de quem ama:
Banhos de lágrimas silenciosas.

Ansiedade, dúvida e medo
Não podem mais controlar-me assim.
Não passou um dia da mudança
Porém a mudança já cai em mim.

   Os piores monstros para serem mudados são os mais difíceis: estão tão perto, que se encaixam como óculos, trazendo uma boa falsa visão que tudo está correto. Aquele erro se torna tão natural, que parece que faz parte da sua natureza, e do seu cotidiano. Mas, óculos são apenas óculos, podem ser retirados, trocadas, suas lentes. Com os monstros, a mesma coisa, basta parar de enxergar através deles, fechar os olhos e ver o verdadeiro caminho. Mesmo que o caminho fique ofuscado por algum tempo, a visão se acostuma. Lembra-te da velha pessoa que fostes, mas permita que uma nova nasça.

Sentimentos naturais

As goteiras no telhado
Pequeninas cascatas jorrando
Um corpo pedindo a chuva
Pedindo a água
Pra lavar seus pecados
Silenciar sua voz.
Transparecer o sorriso inocente de uma.criança

E por fim,
Misturando lágrimas
O choque entre a utopia e o caos.
O sonho e a realidade.

Uma tempestade,
Com trovões, relâmpagos e raios.
Ventos rodopiantes,
Com seu assobio ensurdecedor.

Procura abrigo
Procura conforto
Procura um lugar quente
Procura ... um ... afaago.

A tempestade continua
Seus batimentos acelerados.
A água sufoca-lhe.
Atordoa e alucina os pensamentos
É preciso morrer para poder viver.

É preciso sair do conforto do casulo
Para pode voar e conhecer lugares inimagináveis.
É preciso tornar-se mutável como a água.
Ter todas suas formas de delicadeza e agressividade,
Como o ciclo natural da vida.

É preciso ser delicado como uma borboleta
Agressivo como um leão faminto.
A delicadeza, para enchergar a pureza da natureza
E a agressividade para seguirem busca dos sonhos e do caminho.

Danni Carlos - Coisas que eu sei