O que seria de mim sem o tempo? Eu estaria na minha mais profunda insanidade, sem ter que me levantar e esforçar para viver um futuro mais que incerto. O que me guiava outrora, seria apenas algo tão natural. Eu precisava contar meus batimentos cardíacos para não me perder nas sombras. Eu precisava do equilíbrio. Não que eu fosse uma pessoa equilibrada, mas só o fato de conter algo que me lembrasse a realidade era o suficiente para me manter intacta - ou quase isso. E se eu não percebesse o relógio? Na minha incapacidade, perceberia o céu, as estrelas e seus movimentos? Talvez eu estaria tão desolada, tão fatigada, que estaria deitada, quase falecendo à deriva de um desconhecido, que me levaria sem eu saber - o tempo.
E se não fosse ele, por que mais eu esperaria? Quem mais me consumiria enquanto eu não soubesse o que fazer? O que mais me deixaria ansiosa, corroendo meus dedos, meu cabelo e meu estômago?
O que seria de mim se não houve meu tempo de sonhos, meu tempo de conquistas, percas, incertezas, neutralidade... O que seria de nós - eu e o tempo - um sem o outro? Ele sub-existiria como vem e vai. Eu apenas deixaria de existir para mim. Um grão, uma molécula. A minha (falsa) complexidade. O que sou?
Na floresta, diante a natureza, diante ao meu renascimento e à minha maternidade, a maturidade cresceria? Diante ao meu berço, estaria protegida pelas águas e terras, pássaros e animais quadrúpedes? Meu silêncio conseguiria manter-se engasgado, ou precisaria inventar quantos mais amigos, ou Deus me seria suficiente? Deveria ser. Deve ser. Devo conter, e ser tudo o que posso. Devo fechar meu olhos para deixar de ser cega. Devo deixar meu corpo para aprender a sentir. Não que seja um dever. Eu quero.
Toda essa complexidade caótica, resulta da saudade da minha natureza. Quero encontrá-la. Preciso encontrá-la. E fugir para me encontrar. Estar na busca constante de...
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